Está em andamento nesta segunda-feira (12) o julgamento dos três acusados de matar o menino Rhaniel Pedro, de 10 anos, em maio do ano passado. Ainda nesta manhã, o pai da criança, Otoniel Severino da Silva, disse em depoimento que estranhou a postura da mãe ao levar a polícia até o estado de Pernambuco, e que desconfiou que ela agia para despistar as autoridades.
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"Ela despistou, na verdade eu já desconfiava disso. Quando a polícia saiu aqui de casa, demorou um pouquinho e uma irmã da igreja que tem grupos [de conversas] de todos os estados entrou e disse 'Otoniel, acharam um menino lá no Clima Bom.. procura saber se não é seu filho'. A gente descobriu [que o menino tinha sido encontrado morto] ela ainda estava em Pernambuco, aí eu disse: 'a Patrícia sabe que não sou de mentir, que não ia esconder se a criança tivesse fugido pra cá'", contou o pai do menino, que falou de forma virtual direto de Cabo de Santo Agostinho, cidade pernambucana onde reside.
Segundo Otoniel, já estava acertado que o menino Rhaniel passaria as férias seguintes com ele, em Pernambuco. "Eu tenho certeza de que quando chegasse aqui, ele não ia querer voltar mais. Não estava preocupado em ir buscar ele, não tinha motivo nenhum para sequestrar. Já estava tudo certo dele vir pra cá, não tinha motivo de eu ir atrás dele", disse o pai. Assista abaixo a um trecho do depoimento:
Relembre o caso - O menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva foi encontrado morto com sinais de violência e abuso sexual no dia 13 de maio de 2021, em uma calçada na região próxima da casa onde morava, no bairro Clima Bom, parte alta de Maceió. Na ocasião, a própria mãe de Rhaniel deu entrevistas falando que a criança sumiu após sair de casa para uma aula de reforço escolar. O caso teve forte impacto na sociedade alagoana e ela chegou a receber homenagem do CSA na final do Campeonato Alagoano daquela temporada - Rhaniel era torcedor do clube. Os jogadores entregaram a faixa com a frase "Eternamente em nossos corações - Rhaniel Pedro" aos familiares da criança e deram um abraço simbólico em Ana Patrícia.
Mais de seis meses depois, a investigação do assassinato do pequeno Rhaniel chegou ao fim com as prisões da mãe da criança e do irmão do padrasto dela. A mulher, segundo os delegados, pesquisou sobre homicídio, pornografia, violência sexual contra crianças e formas de desovar o corpo antes do dia 12 de maio, quando o menino foi morto.
Ana Patrícia levantou suspeita de participação no assassinato depois de ter vendido a bola que recebeu de presente durante a homenagem para o menino na final do Campeonato Alagoano deste ano. Segundo a polícia, ela cobrou R$ 1,5 mil para comercializar o item simbólico, o que fez as autoridades perceberem que a mãe não tinha muito apego pelo garoto.
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