Brasil

Paciente infectado por vírus HIV, após transplante, é internado no Rio

Extra Online | 21/10/24 - 08h46
Rafael Campos / Divulgação / Governo do Estado

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio confirmou a internação de um dos pacientes transplantados que receberam órgãos infectados com HIV. Segundo a pasta, a linha de emergência para os pacientes transplantados foi acionada neste domingo. O homem de 70 anos, que teve o fígado transplantado, foi levado para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz. A informação foi divulgada pela BandNews FM e confirmada pelo O GLOBO. A secretaria não informou qual o estado de saúde dele.

Neste domingo, Adriana Vargas dos Anjos, que era coordenadora do laboratório, foi presa pela Polícia Civil. Adriana é suspeita de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados.

A técnica foi apontada por outros funcionários do local como a responsável por determinar a quebra do protocolo de checagem de antígenos – que era para ser feita diariamente, mas passou a ser semanal com o objetivo de maximizar os lucros do estabelecimento.

Além de prender Adriana, a polícia cumpriu um mandado de busca contra Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório que é primo do deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho (Progressistas). No período em que o processo licitatório que culminou na contratação do laboratório se desenrolou, de janeiro a setembro de 2023, Luizinho estava no cargo.

Na semana passada, veio à tona a notícia de que seis pessoas testaram positivo para HIV após receberem órgãos transplantados no Estado do Rio. O laboratório PCS Lab Saleme (que fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense) era o responsável pelos exames dos doadores e apresentou resultado negativo para HIV de dois doadores, mas eles eram soropositivo. Entre os transplantes feitos estão os de rins, fígado, coração e córnea.

A investigação da Secretaria Estadual de Saúde do Rio sobre o caso começou em setembro desse ano e culminou com a interdição do laboratório. Desde então, a pasta suspendeu os contratos e determinou a abertura de uma sindicância interna para identificar e punir os responsáveis.

Retestagem das amostras

O Hemorio informou neste domingo que as análises preliminares constataram que não havia mais nenhuma amostra de sangue de doador de órgãos infectada por HIV. No entanto, a direção da unidade decidiu fazer uma segunda bateria de testes com cada uma das amostras para que não haja qualquer tipo de dúvidas. Os laudos definitivos serão emitidos ao final dessa segunda sessão de exames.