O prefeito de Maceió, JHC, e o coordenador da Defesa Civil municipal, Abelardo Nobre, sobrevoaram a área da mina 18, da Braskem, na tarde deste domingo, 10, após as autoridades registrarem o rompimento da mina na margem da laguna Mundaú, no Mutange.
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Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, houve rompimento do teto da mina e os primeiros dados indicam que as outras minas ao redor não apresentam comportamento anormal.
"Neste domingo, dia 10 de dezembro, às 13h15, o teto da mina 18 foi rompido justamente no local que tinha sido delimitado pelos técnicos e pela Defesa Civil. Ocorreu só na área do Mutange. Estamos avaliando ainda todos os outros dados, nenhuma das outras minas apresenta nenhum outro comportamento anormal. Pedimos tranquilidade e que qualquer dúvida é só ligar para o 199 da Defesa Civil. Não compartilhe fake news, se informe pelos órgãos oficiais", afirmou Abelardo Nobre.
Em vídeo divulgados nas redes sociais, JHC falou sobre a situação. "Existe uma chance de ter estabilizado o movimento". O gestor também comunicou que solicitou uma reunião de emergência com o governador de Alagoas, Paulo Dantas.
Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, a pressão interna da mina pode ter equilibrado com a entrada do volume de água após o rompimento.
Estavam no helicóptero também o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Netto, e o senador Rodrigo Cunha.
"Ouvindo aqui o chefe da Defesa Civil, o Abelardo Nobre, temos certeza absoluta que tudo o que poderia ser feito, foi feito. Monitoramento em tempo real, de maneira transparente, sem esconder nada da população. Aos poucos o alerta máximo foi alterado para alerta, de maneira responsável, e hoje por volta das 13h45 foi o ápice do que se esperava. Temos uma situação sob controle, salvando vidas. Deixando muito claro que tudo que poderia ser feito, foi feito. Mas é triste ver nossa lagoa, nosso patrimônio sofrer", disse Cunha.
JHC também mostrou imagens de botes da Marinha do Brasil, que fazem o isolamento do tráfego de embarcações na área de isolamento da mina 18. O prefeito agradeceu ao trabalho das Forças Armadas e também da contribuição do Governo de Alagoas, da Defesa Civil do Estado e do Governo Federal.
Entenda a situação - Após a Defesa Civil de Maceió alertar sobre o colapso iminente da mina 18, da Braskem, no Mutange, cerca de 23 famílias tiveram que ser retiradas das casas que estão localizadas na área de risco. A Justiça Federal, inclusive, autorizou o uso de força policial, caso os moradores recusassem a sair.
A Prefeitura de Maceió desocupou seis escolas em diferentes bairros da capital para torná-las abrigos temporários aos moradores e também decretou estado de emergência na capital por 180 dias.
O presidente da Braskem, Roberto Bischoff, afirmou na segunda-feira, 4 de dezembro, que nos últimos quatro anos foram realocadas 40 mil pessoas - a estimativa dos órgãos é que o número seja de quase 60 mil - em 14,5 mil imóveis e mais de 97% das propostas de indenização foram aceitas e pagas por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF). O comentário foi feito ao Estadão durante o 28º Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq), evento tradicional do setor químico promovido pela Associação Brasileira de Indústrias Química (Abiquim).
A Justiça Federal determinou, na manhã da quinta-feira, 30 de novembro, que a Braskem adote providências em relação ao novo mapa elaborado pela Defesa Civil Municipal, que inclui no PCF novos imóveis localizados no Bom Parto. A mineradora comunicou aos acionistas e ao mercado que o valor atribuído à causa pelos autores da ação é de R$ 1 bilhão.