Ouça: Renan Calheiros retira sua candidatura à Presidência do Senado

Publicado em 02/02/2019, às 17h54
Renan Calheiros não concorre mais à presidência do Senado | Folhapress
Renan Calheiros não concorre mais à presidência do Senado | Folhapress

Por Folhapress

Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou em discurso no plenário do Senado na tarde deste sábado (2) que retirou sua candidatura à presidência do Senado. O plenário do Senado vaiou quando Renan disse que o processo não era democrático e retirou a candidatura.

Segundo parlamentares, Renan retirou sua candidatura ao perceber que não teria votos suficientes para vencer neste sábado. O estopim foi a decisão da bancada do PSDB de mostrar a cédula de votação na segunda votação. Renan alimentava a esperança de ter votos nessa bancada.

O processo de votação continua em curso, por ora, mas há pedidos de que haja uma terceira votação, já que senadores já haviam votado. Renan saiu do plenário do meio da votação. "Não há mais objeto da eleição", disse o senador alagoano, no discurso em que acusou os adversários de fazer uma eleição antidemocrática.

Logo após desistir de sua candidatura à presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) negou que vá judicializar a eleição e deixou em aberto qual será sua relação com o governo Jair Bolsonaro, depois que um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) decidiu declarar voto em Davi Alcolumbre (DEM-AP), apoiado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Renan fez críticas a Davi e insinuou que ele se volte contra o STF (Supremo Tribunal Federal). "Eu retiro a postulação porque entendo que o Davi não é o Davi, é o Golias. Davi sou eu. Ele é o Golias, atropela o Congresso. O próximo passo é o Supremo Tribunal Federal sem o cabo e sem o sargento", afirmou Renan em entrevista, fazendo alusão a uma declaração de outro filho do presidente da República, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Renan criticou também o fato de Flávio Bolsonaro ter anunciado que votaria em Davi. Segundo o senador do MDB, Flávio foi pressionado a fazer isso. "Estou saindo porque o voto foi declarado na forma do regimento como secreto. Eles abriram o voto. Na primeira votação, houve um equívoco, um voto a mais e, por conta disso, eles abriram o voto do PSDB para inibir quatro possibilidades de votos que tínhamos. Qual a lisura? E no final o filho do presidente fez questão de abrir o voto", afirmou.

Questionado se diante da operação favorável a um candidato apoiado pelo governo criaria alguma dificuldade para o Palácio do Planalto, Renan Calheiros foi evasivo. "Não estou analisando o governo, os desdobramentos. Estou analisando o que está acontecendo contra o Senado Federal, contra a Constituição e, agora, contra o Supremo Tribunal Federal."

Indagado se havia renunciado por sentir que poderia perder, ele negou.

Após declarar que deixaria de concorrer à presidência, Renan Calheiros deixou o plenário e conversou com os jornalistas.

Acompanhe o áudio da entrevista:

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