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Os 110 anos de Muniz Falcão

Em 8 de Janeiro de 2025 às 11:00
Político, que nasceu em 06 de janeiro de 1915, "confrontou baronato na década de 50 com uma gestão de perfil trabalhista", como lembra o historiador Geraldo de Majella:

"Antes de ingressar na política, Muniz Falcão foi militar e funcionário público federal, exercendo o cargo de delegado regional do Trabalho nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. Destacou-se pela firme defesa dos direitos trabalhistas, o que, à época, era visto pelo patronato como uma afronta.

Eleito deputado federal em 1950 pelo Partido Social Trabalhista (PST), Muniz Falcão posteriormente se filiou ao Partido Social Progressista (PSP), onde exerceu a função de vice-líder da bancada. Pelo PSP, foi reeleito em 1954 e, em 1955, foi eleito governador de Alagoas, exercendo o mandato de 1956 a 1961.

O maior desafio enfrentado por Muniz Falcão foi o processo de impeachment em 1957, uma tentativa de golpe comandada pela União Democrática Nacional (UDN), que utilizou como pretexto os conflitos violentos entre aliados e opositores do governador. No entanto, o verdadeiro motivo era a insatisfação de empresários e políticos oposicionistas com o projeto de lei nº 2.013, conhecido como Taxa Pró-Economia, Educação e Saúde, que previa a incidência de impostos sobre produtos como cana-de-açúcar, coco, fumo, arroz e algodão.

Os recursos arrecadados seriam utilizados, exclusivamente, para investimentos em educação, saúde e planejamento, que, por sua vez, criariam as bases para o programa de desenvolvimento de Alagoas.

O processo de impeachment teve origem no projeto de lei da Taxa Pró-Economia, Educação e Saúde. A violência política, por sua vez, era uma característica ancestral em Alagoas, marcada por conflitos e disputas acirradas entre grupos de poder.

Muniz Falcão é considerado um dos políticos mais importantes do século XX em Alagoas. Inquestionavelmente, foi o governador que esteve mais próximo dos trabalhadores, rompendo com a tradição de submissão à Casa Grande e recusando-se a servir aos interesses do baronato alagoano.

O cerco armado contra seu governo e suas políticas é uma prova de sua independência e um testemunho de que governar Alagoas na década de 1950, com compromissos democráticos, foi um ato de coragem e firmeza."

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