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Opinião: “Não há chances de consenso político sobre como combater o crime organizado no Brasil”

Em 26 de Abril de 2024 às 17:58
No contexto da violência enraizada no cotidiano do cidadão brasileiro, existe uma questão especificamente mais preocupante.
Trata-se do crime organizado, responsável direto por homicídios, latrocínios, furtos e até estupros.
Esse é o tema de artigo do jornalista William Waack:

“Os profissionais que lidam com a questão do crime organizado são unânimes em afirmar que o problema é muito pior do que se imagina. Essa constatação é comum no mundo acadêmico, empresarial, no ambiente dos investigadores, nas polícias e nos executivos estaduais.

O crime organizado é descrito como problema muito maior do que a já preocupante percepção de violência – aquela diretamente atrelada às taxas de criminalidade como assaltos, estupros e furtos. Seu impacto na economia é estimado em torno de R$ 600 bilhões por ano, mais de R$ 1 bilhão por dia.

Nas palavras do presidente do Banco Central, em recente evento sobre segurança pública, o crime organizado tem efeitos na economia que podem ser medidos até no spread bancário (leia-se juros ao consumidor). E é visto por investidores externos como uma espécie de imposto a ser calculado, que torna mais caro ainda o custo de capital no Brasil. Já influi na direção e intensidade do investimento estrangeiro direto (FDI), com o México sofrendo ainda mais.

A questão da atribuição fundamental de combate ao crime foi levantada pelo próprio Ministro da Justiça. A discussão se popularizou em torno da expressão “SUS da segurança pública”, derivada de uma figura de linguagem criada por Raul Jungmann, que já foi ministro nessa pasta.

‘Imagine um SUS sem Ministério da Saúde, essa é a situação da segurança pública’, alertou.

Em outras palavras, o que propõe o Ministro da Justiça é uma mexida no pacto federativo para conceder à União um papel definido constitucionalmente de coordenação de políticas no setor. Foi imediatamente combatido por governadores, entre eles possíveis presidenciáveis.

‘Não venham dizer aos governadores o que tm de fazer, eles sabem muito melhor’, declarou Ronaldo Caiado, de Goiás.”

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