Personagens da esquerda brasileira disseram que o “layout” da ex-mulher do filho de Lula justifica a desconfiança sobre o caráter dela.
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Por esquerda brasileira entenda-se boa parte da imprensa e dirigentes de órgãos de direitos humanos, entidades ditas feministas e instituições que dizem combater a violência, independentemente de gênero.
É esse o tema de texto da jornalista Madeleine Lacsko:
“A esquerda brasileira já perdeu para a direita uma de suas maiores bandeiras, a defesa da liberdade de expressão. Agora começa a colocar em risco também a defesa dos direitos das mulheres e a luta contra violência doméstica.
Obviamente são pautas que ultrapassam espectros ideológicos e são defendidas por pessoas honestas de esquerda e de direita. Mas a defesa da mulher é uma bandeira que pertence à esquerda brasileira.
Exatamente por isso é tão eloquente o silêncio de lideranças petistas sobre o caso envolvendo o filho do presidente Lula. Várias delas foram eleitas por gente que acreditava na pauta da defesa da mulher e do enfrentamento da violência doméstica.
É evidente que Lula não tem culpa do que seu filho adulto faz. Muito menos o PT tem culpa. No entanto, pela defesa da pauta da mulher, a esquerda é cobrada a se manifestar em casos assim. Escolhas mais recentes de militância fazem com que essas cobranças sejam mais fortes e subam o tom.
A esquerda brasileira tem, nos últimos anos, desprezado ativistas da vida real para privilegiar os ativistas de universo simbólico. O que seria isso? A galera do ‘todEs’, do ‘pauliste safade’, do racismo de buraco negro. Eles fazem muito barulho nas redes sociais e agem de forma desconectada da realidade, focada apenas em símbolos. Acabam complicando a reação do próprio grupo diante de casos reais.
Essa militância começou a fazer um carnaval para defender que, em casos de abuso ou violência contra a mulher, a palavra da vítima é suficiente, não necessita nenhuma prova adicional.
Pense em questionar essa imbecilidade. Eu fiz. A turba é implacável para difamar, perseguir, inviabilizar. Interpretam cada coisa que você diz da pior forma possível, tentando te transformar numa Chernobyl em forma de pessoa. Fazem isso de consciência limpa. Afinal, quem admite a existência de denúncias falsas merece o fogo do inferno.
Daí chega a ex do filho do Lula e faz uma denúncia. Pronto, a realidade se impõe. E agora? Vamos admitir que era uma idiotice a história de não precisar de provas? Claro que não, vão partir para destruir a reputação da vítima da forma mais rasteira possível.
Grandes nomes da esquerda brasileira disseram que o ‘layout’ da moça justifica a desconfiança sobre o caráter dela. Também justificaram a desconfiança pela publicização do fato, ou seja, se a vítima torna pública a denúncia, é menos confiável. Novamente, sem pé nem cabeça, sem nenhum ponto de toque com a realidade.
Pior de tudo, repetem de forma ainda mais baixa e grosseira os argumentos misóginos que fingiam repelir tempos atrás. Fica claro que não há princípios a defender, há apenas pessoas. Se é a favor do Lula, tudo pode. Se é contra o Lula, nada pode.
As mulheres que sabem do problema da violência doméstica e esperavam ser defendidas por essa turma já sabem que a defesa é relativa. Se a direita souber trabalhar a pauta, é mais uma que vai tomar da esquerda brasileira.”
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