A operação "Ponto Final", deflagrada na manhã desta terça-feira, 13, pelo Grupo de Atuação Especial no Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), cumpriu mandados judiciais de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais, incluindo depósitos da família envolvida na morte do auditor fiscal João de Assis. O objetivo da ação foi combater a sonegação fiscal e outras irregularidades.
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Os estabelecimentos dos irmãos Ronaldo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Ricardo Gomes de Araújo, e da mãe deles, Maria Selma Gomes Meira, todos presos pelo homicídio de João de Assis, foram alvos da operação do Gaesf. De acordo com as primeiras informações, uma grande quantidade de bebidas alcoólicas sem comprovantes de pagamento, cigarros que teriam sido contrabandeados, e dinheiro em espécie, com até cédulas estrangeiras, foram recolhidas nos pontos comerciais da família, no Tabuleiro do Martins.
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Um caminhão com garrafas de cerveja foi interceptado pelas equipes e os produtos estavam sem nota fiscal. As caixas de cigarros e o dinheiro, de quantia superior a R$ 50 mil, também foram apreendidos pela investigação. Os policiais estiveram nos depósitos da família, como também na residência do pai dos suspeitos.
Identificado como João Correia de Araújo, o pai informou que não está com as notas fiscais para comprovar inocência, mas que elas estariam em posse de um dos filhos. "Eles que ficam com as notas, ele [Ronaldo] comprou nesse mercado novo, comprou em cartão de crédito de amigo que emprestou. Na realidade, as notas estão com ele. Sobre os cigarros, era um rapaz que trazia numa van. Mas como pai, eu não sabia da procedência, só sei que chegava. Já o caminhão foi comprado com o trabalho meu e deles", disse o pai.
Segundo o MPAL, Ronaldo, João Marcos, Ricardo e Maria Selma, já estão presos no sistema penitenciário depois do decreto de prisão preventiva da Justiça alagoana por causa do envolvimento deles no homicídio do auditor fiscal. "É importante ressaltar que não há correlação entre os crimes fiscais e de homicídio", destacou o órgão estadual.
Além da família, outras pessoas são investigadas pela prática de adulteração de notas e outras irregularidades. Ao todo, as fraudes ultrapassaram R$ 42 milhões.
Morte do auditor fiscal - Um auditor fiscal da Receita Estadual, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), identificado como João de Assis, foi encontrado morto na noite do último dia 26. De acordo com a Sefaz, ele estava a serviço da Central de Operações Estratégicas e Fiscalização Interna. O corpo foi achado carbonizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, e o veículo da secretaria, que João dirigia, foi localizado em uma região de canavial, perto da rodovia AL-405.
No dia 8 de setembro, depois da prisão de João Marcos, Ronaldo, Ricardo e Maria Selma, a Polícia Civil comunicou que um funcionário que trabalhava para os comerciantes suspeitos de assassinar João de Assis, foi preso por suspeita de participação no crime no bairro de Rio Novo, em Maceió. Ele foi o quinto e último suspeito capturado por participação na morte do auditor fiscal.