Os ônibus urbanos no Brasil deixaram de levar, em média, ao menos 420 mil passageiros a cada dia, na soma do total de pessoas transportadas em nove capitais, segundo levantamento da NTU, associação dos empresários do setor.
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Em todo o mês de abril de 2019, foram transportados 280,9 milhões de usuários, contra 293,4 milhões no mesmo mês de 2018. O menor número da série histórica, iniciada em 1994, foi em 2017: 270 milhões de viagens.
O número atual é 25% menor do que o registrado em 2013. É como se um em cada quatro usuários tivesse deixado de usar os ônibus nos últimos seis anos. Os dados, anunciados nesta terça-feira (20), somam as viagens em Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Com menos pagantes a bordo, aumenta o custo para as empresas, pois as linhas precisam cumprir os mesmos trajetos, embora com menos gente. "Isso leva a um aumento das tarifas, que gera uma nova fuga de pessoas e a falta de recursos para investimentos", diz Otávio Cunha, presidente da NTU.
"No Rio de Janeiro, 14 empresas de ônibus fecharam nos últimos quatro anos, e outras sete devem fechar esse ano", diz ele. O desemprego, o aumento dos congestionamentos e o maior uso de aplicativos de transporte sob demanda, como Uber e 99, são apontados pela entidade como as principais causas da queda de passageiros. Presos no trânsito, os ônibus se atrasam e não conseguem cumprir os horários previstos, o que frustra os usuários.
Para estancar esta perda, entidades do setor pedem a criação de mais faixas exclusivas nas e de mais recursos públicos direcionados ao transporte, entre outras demandas.
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