A dificuldade do governo para aprovar na Câmara dos Deputados o pacote de corte de gastos deixou clara a insatisfação dos parlamentares com o Palácio do Planalto.
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O presidente da casa, Arthur Lira (PP/AL), já havia antecipado esse clima ontem em declarações à tarde, no “Fórum Jota — o Brasil em 10 anos”, realizado em Brasília:
“Hoje o governo não tem voto sequer para aprovar as urgências dos PLs (projetos de lei). A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) eu coloquei na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), como pedi para ser extrapauta, e foi retirada a pedido do governo, porque eu acho que não tinha a certeza de ter os mínimos votos para aprovar a admissibilidade da PEC na CCJ”;
“Então, vai se ter, sim, essa semana, a próxima, a outra, muito trabalho, muita conversa, muito convencimento para que essas matérias saiam, e eu não tenho dúvida que o Congresso não vai faltar, agora está num momento de muita instabilidade, de muita ansiedade, de muita turbulência interna por causa desses acontecimentos”;
“O Orçamento precisa estar enquadrado dentro desses cortes, que a gente chama de corte, que, na realidade, é uma diminuição da velocidade do crescimento da despesa. É isso que está deixando todo mundo um pouco incomodado e, talvez, uma medida ou outra mais efetiva, possa trazer uma tranquilidade para o país de acomodação nesses momentos de instabilidade de mercado, de juros, de dólar e, enfim, tudo”;
“O momento é instável, e nós não podemos esconder, porque ele está claro, mas eu não tenho dúvidas que nós vamos conseguir (votar), ou esta semana ou na outra, com calma, se puder, a gente vai conversando, vai dialogando, o governo está empenhado”;
“É preciso que se discutam (as propostas), e todos os setores que estão ali atingidos pelas medidas já estão se mobilizando”;
“Eu queria deixar claro que o governo fez o papel dele pensando no encaminhamento de um compromisso de campanha do presidente. O momento, a meu ver, foi inadequado, mas foi uma decisão política do governo. Teve divisão dentro do governo para que ela ocorresse do jeito que ocorreu, tiveram vencidos e vencedores. É um assunto que vai ter que ter muito diálogo, vai ter que ter muito debate, eu não queria arriscar um prognóstico. Com certeza nós vamos ter que fazer, e ela terá que ser neutra”.
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