A morte é algo inevitável para quem está vivo, mas quando ela chega traz consigo um sentimento múltiplo de inconformismo, irresignação, tristeza e saudade.
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Isso se dá, principalmente, quando alguém perde um ente querido – seja um parente ou um amigo. E é esse sentimento múltiplo que me afeta desde ontem à noite, quando soube do falecimento do amigo Ivan Pereira, aos 78 anos de idade, em Niterói, Rio de Janeiro.
Nós nos conhecemos em 1995 por conta do CRB – eu, presidente; ele, diretor financeiro do clube. Nossa única divergência: eu, também torcedor do Flamengo; ele, do Botafogo. Mas nem por isso Ivan deixava de me cumprimentar pelas vitórias flamenguistas e de me presentar com brindes do rubro-negro carioca, quando voltava a Maceió.
Carioca de Niterói, ele aportou em terras caetés por designação do banco que gerenciou por muitos anos e, atuando em Maceió, criou afeição pelo CRB, do qual se tornou dirigente por alguns anos.
Com seu jeito de ser – papo fácil, extrovertido, solidário e prestativo – logo estabeleceu amizades duradouras, inclusive a nossa.
Aposentado, ele, Dona Sueli e o filho Carlos Ivan decidiram se estabelecer de vez em Maceió, preservando contudo seus vínculos com Niterói e Cabo Frio.
Anos depois, Ivan e a família voltaram a se estabelecer no Rio de Janeiro, mas ele manteve o apartamento na Ponta Verde e aqui passava temporadas, pelo simples prazer de reviver os amigos.
Seu bondoso coração o traiu quando sentiu dores lombares, foi a um hospital fazer exames e constatou que estava com várias artérias obstruídas.
Chegou andando, conversando, sorrindo e de lá não saiu mais.
Desculpo-me com quem me acompanha por esses escritos por abordar algo tão pessoal, mas não poderia simplesmente me silenciar diante de uma perda tão expressiva para mim.
Afinal, amigos sinceros e leais são raridade e Ivan Pereira era um desses.
Por ironia, a última vez em que trocamos mensagens por zapp foi em 20 de julho, justamente o Dia do Amigo.
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