O pedido de impeachment do presidente Lula (PT), por declarações ofensivas aos judeus e a Israel, e que está para ser apresentado na Câmara dos Deputados já conta com mais assinaturas do que o impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff que culminou por afastá-la do cargo.
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O documento é subscrito, inclusive, pelos deputados alagoanos Alfredo Gaspar (União Brasil) e Delegado Fábio Costa (PP), embora o também alagoano Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, tenha manifestado intenção de arquivá-lo.
Além de Dilma Rousseff, outro ex-presidente que passou por um processo de impeachment foi Fernando Collor de Mello, que renunciou ao mandato durante o julgamento pelo Congresso Nacional, em sessão presidida, como determina a Constituição, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal – na época, ministro Sidney Sanches.
O caso de Collor, motivado por suposta irregularidade na aquisição de um veículo Elba, chamou a atenção pelo fato de alguns dos seus aliados tradicionais em Alagoas, que integravam sua base parlamentar na Câmara, terem votado em favor do impeachment.
Foi o caso, por exemplo, dos então deputados federais Roberto Torres e Luiz Dantas – que havia sido seu secretário da Fazenda.
O que significa dizer que, assim como uma CPI, sabe-se como se inicia um pedido de impeachment, mas não se sabe como termina.
No caso atual, o presidente Lula tem uma ampla base aliada, mas não depende apenas de si para mantê-la.
Depende, e muito, do bom humor e do nível de satisfação com o governo por parte do presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem poderes de acatar ou arquivar pedidos de impedimento do presidente da República.
Lula, por isso mesmo, está nas mãos de Lira, pelo menos até fevereiro de 2025.
Traduzindo, anda sobre o fio da navalha.
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