A violência nas campanhas políticas, que volta a se repetir este ano em alguns municípios alagoanos, tem levado a justiça eleitoral a requisitar tropas federais para garantir a segurança nesses dias que precedem a votação.
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E lamentavelmente ainda há casos de homicídios recentes no interior ainda não esclarecidos, muito provavelmente pelo envolvimento de políticos como mandantes.
“Todo mundo sabe quem matou e quem mandou matar, mas infelizmente as autoridades não têm coragem de apurar o caso devidamente, por ingerências políticas”, diz um parlamentar sobre o episódio de execução ocorrido na fase de pré-campanha deste ano na sua cidade.
A propósito, vem à mente um caso ocorrido em determinado município da região Sul de Alagoas, na década de 1970.
Preocupado com a perspectiva de caso extremo de violência, a poucos dias da eleição um deputado foi ao cartório cobrar do juiz a presença de tropas federais para garantir a segurança do pleito, providência que havia sido requerida por seu partido.
Diante da intransigência do magistrado em se negar a atender o pedido, o parlamentar convidou o magistrado para uma conversa em particular e ambos se reuniram em frente ao cartório, no meio da rua.
O deputado foi bem objetivo:
“Doutor, o caso é muito sério. Alguns correligionários nossos estão correndo risco de morte e o senhor tem de deferir o pedido de tropas federais. Se não pedir isso ao TRE e alguém do nosso lado for assassinado, o próximo a morrer será o senhor.”
O juiz reagiu na hora:
“Isso é uma ameaça. Vou processar o senhor por causa disso.”
O deputado respondeu de pronto:
“Baseado em quais provas? Estamos no meio da rua, ninguém está nos ouvindo e o senhor não vai ter como provar a ameaça.”
A conversa terminou por ali.
No mesmo dia o magistrado acatou o pedido de tropas federais, que vieram e garantiram uma votação absolutamente tranquila, sem nenhum registro de violência.
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