Contextualizando

O Caso Braskem e sua inevitável abordagem na campanha eleitoral deste ano em Maceió

Em 19 de Fevereiro de 2024 às 09:10

Independentemente da vontade da empresa, os desdobramentos do Caso Braskem vão colocar a mineradora no meio do protagonismo político da campanha eleitoral deste ano.

A começar pelo prefeito João Henrique Caldas (PL), principal personagem da disputa – até pelo seu amplo favoritismo.

Afinal, o acordo de R$ 1,7 bilhão da prefeitura de Maceió com a Braskem pelos danos ambientais causados à cidade e parte da população tem gerado efeitos até judiciais e inclui a aquisição do Hospital da Cidade – um questionamento à parte – com recursos da negociação.

Não é a toa que frequentemente o prefeito JHC tem sido forçado a dar explicações.

Por outro lado, os senadores Renan Calheiros e Renan Filho, duas das principais lideranças do MDB que lhe fazem oposição, também têm suas vinculações com a Braskem.

Renan pai, por ter presidido o conselho da Salgema (antigo nome da Braskem) e ter sido contemplado com recursos de campanha; o filho, por ter recebido indenização por duas emissoras de rádio que ocupavam áreas afetadas pelo desastre ambiental causado pela empresa.

Além deles, desde os tempos de Salgema e Trikem a hoje Braskem sempre foi generosa na destinação de recursos para políticos em suas respectivas campanhas – embora muitos dos beneficiados se mantenham em silêncio sepulcral quanto ao assunto.

Em meio a esse imprensado de interesses ainda tem a população, especialmente as famílias prejudicadas pelos problemas gerados pela mineradora.

Por fim, os holofotes midiáticos devem repercutir as discussões da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, criada por proposta do senador Renan Calheiros para apurar o desastre ambiental causado pela Braskem em cinco bairros de Maceió e parte da Lagoa Mundaú, que está prestes a funcionar.

Não há como, portanto, a Braskem ficar imune ao processo eleitoral de 2024.

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