Um banco de dados detalhado sobre os autores de crimes de homicídio e tráfico de drogas em Alagoas vai reforçar ao trabalho investigativo e favorecer a atuação da Polícia Civil a partir do final deste ano. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, as informações serão armazenadas no novo complexo de delegacias a ser instalado no bairro de Chã de Bebedouro, em Maceió, que vai abrigar as delegacias de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e Repressão ao Narcotráfico (DRN).
LEIA TAMBÉM
“Teremos uma unidade maior e melhor aparelhada, com um amplo arquivo digital sobre esses criminosos. Vamos poder acompanhar os passos dessas pessoas desde o momento da sua prisão, seu período de encarceramento e até quando eles deixarem as unidades prisionais. E esses dados vão ficar armazenados para o caso deles cometerem novos delitos”, explicou Paulo Cerqueira.
Na avaliação do presidente do Conselho Estadual de Segurança, juiz Maurício Brêda, a formação do banco de dados deverá trazer resultados positivos no combate à violência no Estado.
“Hoje, tudo gira em torno da integração de informações. Essa central de dados vai facilitar muito o trabalho de investigação e ajudar a desvendar inúmeros casos de homicídio em Alagoas, que hoje, em sua maioria, estão relacionados ao tráfico de drogas. Um banco de informações terá reflexos profundos no trabalho especializado de enfrentamento à criminalidade em Alagoas”, enfatizou Brêda.
O contrato para construção do novo Complexo de Delegacias, no valor de R$ 6,3 milhões, foi assinado na segunda-feira (26) pelo governador Renan Filho, que destacou o investimento do Estado no trabalho investigativo realizado pela Polícia Civil.
“É fundamental a investigação para quebrar a impunidade, que retroalimenta a violência. Quando você investiga e pune, você observa que há um desestímulo para novos crimes. Essas duas delegacias vão, sem dúvidas, atuar nas duas vertentes mais complexas da violência no Brasil e em Alagoas: o tráfico de drogas e os homicídios em decorrência do próprio tráfico”, disse o governador durante a solenidade de assinatura do contrato.
O presidente do Conselho Estadual de Segurança também destacou a importância da atenção do Governo do Estado à melhoria das condições de trabalho das polícias. “São estruturas duradouras, que vão permanecer por longos anos. Os Centros Integrados de Segurança Pública, os Cisps, são uma realidade. Esse é o tipo de investimento que os governos anteriores tinham medo de fazer e que este governo abraçou”, observou Maurício Brêda.
Trabalho especializado
Segundo afirma o delegado geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, a partir da construção do Complexo de Delegacias da Chã de Bebedouro, que deve começar a funcionar dentro de cinco meses, as equipes da DHPP e da DRN poderão atender inclusive casos registrados em outras cidades alagoanas.
“A Delegacia de Homicídios faz um trabalho especializado e vai poder aprofundar a investigação em casos mais complexos. Atualmente, nós apresentamos uma média de 10 a 15 presos por semana. Queremos ampliar esse número a partir desse trabalho de investigação”, disse o delegado.
O reflexo positivo da troca de informações entre a DHPP e a DRN e da formação de um banco de dados específico também foi destacado pelo Delegado Gustavo Henrique, coordenador da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico. “Sabemos que a grande maioria dos homicídios registrados em Alagoas tem relação estreita com o tráfico de drogas. Então, o trabalho conjunto e essa base de dados alimentada por essas duas delegacias vão facilitar muito a investigação desses crimes”, avaliou o delegado.
“Outra vantagem que verificamos é o fato de termos mais discrição em uma unidade com menor movimentação de pessoas. Os agentes que trabalham no combate ao narcotráfico não podem ter muita exposição e o fato de termos apenas essas duas delegacias especializadas trabalhando nessa unidade trará mais segurança aos policiais”, lembrou Gustavo Henrique.
Aumento de efetivo
O delegado geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, ressalta anda que a nova estrutura na Chã de Bebedouro também deverá contemplar o aumento do efetivo para as delegacias de Homicídios e Repressão ao Narcotráfico prevista pelo governador Renan Filho a partir da convocação da reserva técnica da Polícia Civil.
“Atualmente, essas duas delegacias funcionam do Complexo de Delegacias Especializadas, o Code, no bairro de Mangabeiras. A DHPP tem hoje 80 agentes, delegados e escrivães e a DRN, 19. Então, o Code vai ficar pequeno para comportar todo o efetivo da DHPP e o pessoal que vamos trazer para a DRN”, explica o delegado geral.
Segundo o delegado Gustavo Henrique, coordenador da DRN, o aumento do efetivo na delegacia especializada é uma necessidade urgente. “Para atuar com eficiência na capital, temos a estimativa de que são necessários entre 40 e 50 agentes e delegados. Estamos ansiosos pelo aumento do efetivo, que foi garantido pelo governador Renan Filho e pelo delegado Paulo Cerqueira. Com esse incremento no efetivo e a melhoria nas condições de trabalho na nova estrutura, temos certeza de que o combate ao tráfico de drogas em Maceió vai atingir um novo patamar”, diz o delegado.
Inquéritos
Em março deste ano, com a criação da Comissão de Inquéritos Pendentes formada por diversos setores da Polícia Civil, foi realizada uma força-tarefa para esclarecer 416 inquéritos de homicídios em aberto. De acordo com o delegado Fábio Costa, coordenador da DHPP, atualmente esse número é 75% menor.
“O novo Complexo de Delegacias sem dúvida vai facilitar o trabalho de investigação dos crimes e a conclusão dos inquéritos. Nos últimos meses, conseguimos reduzir significativamente o número de inquéritos abertos e hoje temos em torno de 100 em andamento. Queremos reduzir ainda mais esse número. Com uma sede estável, também poderemos planejar melhor as ações”, afirmou Fábio Costa.
“Estamos entusiasmados com a construção do complexo. Isso vai trazer um ambiente de trabalho melhor para as equipes e dar melhores condições de atendimento à população. A nova estrutura também vai motivar nossos policiais, pois eles estarão trabalhando em um local onde as coisas funcionam, o que também serve para atrair os melhores profissionais para atuar na área”, observou o coordenador da DHPP.
LEIA MAIS
+Lidas