Sim, é capaz de eu ter algum esqueleto guardado, em algum armário do passado, e, por isso, caso caia, algum dia, em desgraça com os supremos togados, a Papuda será minha casa de veraneio por bons anos, já que não tenho nenhum ‘amigo do amigo do meu pai’ para me socorrer.
Já Dirceu, condenado no mensalão e solto por um desavergonhado indulto da ex-presidente Dilma Rousseff, nos tempos em que ela estocava vento e saudava a mandioca – hoje, em dólares, ela se ocupa sendo porta-voz da China e caixa de ressonância de antissemitas – e no petrolão, por duas vezes!, mas igualmente solto pelos votos do trio Mendes, Toffoli e Lewandowski, não apenas está ‘zerado’ com a Justiça (Justiça?) brasileira como poderá, se quiser, se candidatar a qualquer cargo público.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 havia mais de 850 mil presidiários no Brasil. Já segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), destes, em 2022, 44% eram presos provisórios, ou seja, gente empilhada em masmorras sem uma sentença condenatória definitiva – o famoso ‘transitado em julgado’.
O azar dessa turma, majoritariamente pretos (70%) e pobres, é fazer parte de dois tipos de P’s – o outro P (puta) é minoritário, já que apenas 46 mil mulheres estavam detidas em 2023 e não há informações sobre prostituição. Fizessem parte dos P’s de: partido político, poderosos de plantão, potentados da economia, professores de direito, palestrantes de eventos jurídicos, pais de magistrados, procuradores e promotores, porta-vozes de criminosos, protegidos políticos etc., certamente estariam gozando de liberdade e boa vida.
Um a um dos condenados no âmbito da Lava Jato, muitos deles réus confessos que apresentaram provas de seus delitos e devolveram parte do dinheiro que roubaram, vão tendo o passado reescrito por alguns ministros do STF.
Lula, certa vez, declarou ser ‘A alma mais honesta deste país’. Sim, o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em primeira e segunda instâncias, e posteriormente no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que teve seus processos e penas anulados no Supremo, mas, jamais, em tempo algum, sendo inocentado de seus crimes, considera-se um homem honestíssimo.
José Dirceu, agora, já pode reivindicar a alcunha de probo. Depois, poderá dizer que foi perseguido politicamente e vítima de Sergio Moro. Ato contínuo, deverá se candidatar, eleger-se e passar a ganhar muito dinheiro às custas daqueles três P’s que não tiveram a sorte de ser ‘amigo dos homi’. Ou de ter grana suficiente para patrocinar certos institutos e eventos.”