O árbitro Dyorgines Jose Padovani de Andrade relatou, na súmula da partida entre Náutico e CSA, cantos homofóbicos vindo das duas torcidas. A partida, válida pela 16ª rodada da Série C do Brasileiro, que terminou em um empate sem gols, aconteceu na tarde desse domingo (06), no Estádio dos Aflitos, em Recife.
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Aos 11 minutos do primeiro tempo, o jogo foi paralisado pelo juiz, que direcionou as mãos para o setor da arquibancada onde estava localizada uma das organizadas do clube pernambucano. Veja, abaixo, o momento em que o árbitro caminha em direção ao delegado da partida.
Minutos depois, o jogo foi retomado e o motivo por trás da pausa somente foi divulgado após o apito final, na súmula da partida: gritos homofóbicos disparados pela torcida do Timbu. No documento, Dyorgines confirma que os gritos foram escutados no setor atrás de um dos gols.
“Aos 11 minutos do primeiro tempo de partida, foi escutado da torcida do clube náutico capibaribe, que se encontrava atrás de um dos gols, canto homofóbico da seguinte forma:
- Rema, rema, remador, vou botar no c* tricolor. Se o tricolor for sapatão, vou botar na b**** do Leão (Sport).”
Após a conversa entre o juiz e o delegado do jogo, o sistema de som do estádio pediu para que a torcida não cantasse mais esse tipo de música, o que foi cumprido até o final da partida.
Canto homofóbico da torcida do CSA - A torcida do CSA foi em grande número até os Aflitos. Enquanto apoiavam o clube, um canto com cunho homofóbico teria sido disparado, diz a súmula da partida.
“Após o término do jogo, fui informado pelo 4º árbitro da partida que o delegado do jogo ouviu da torcida do CSA, que se encontrava atrás de um dos gols, um cântico homofóbico que mencionava ‘no c* da Barbie’, fato este que não foi observado por mim.”
(Crédito: Morgana Oliveira)
Os clubes podem ser punidos? Neste ano, a Confederação Brasileira de Futebol incluiu penas para infrações de cunho discriminatórios no Regulamento Geral de Competições (RGC).
O artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata da prática de discriminação, prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além de perda do numero de pontos caso a infração tenha sido praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a mesma entidade. E os torcedores, caso identificados, ficarão proibidos de frequentar o estádio por, no mínimo, 720 dias.
Recentemente, o Corinthians foi punido por gritos homofóbicos disparados no clássico contra o São Paulo, no dia 14 de maio. O clube paulista teve que jogar uma partida de portões fechados.
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