O governador de Alagoas, Renan Filho, postou nesse domingo, em sua página no Facebook, uma declaração de apoio à vaquejada, que considera “patrimônio cultural de Alagoas e de toda a região nordestina”. A prática passou a ser proibida após decisão do Supremo Tribunal Federal, na semana passada, que julgou uma lei criada no Ceará.
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O governador defende a vaquejada como esporte e que tem "seus heróis". Ele ressaltou o caráter de festa e relembrou a prática das “‘pegas de boi’ na Caatinga”, tradição da região. Leia a publicação do governador na íntegra:
“Vaquejada é atividade recreativa e competitiva que virou esporte e tem seus heróis, os vaqueiros mais corajosos e hábeis. Sobretudo, vaquejada é festa em todos os cantos do Nordeste, herdeira das antigas ‘pegas de boi’ na caatinga. Ela precisa ser preservada porque é um patrimônio cultural de Alagoas e de toda a região nordestina. A vaquejada movimenta a economia com eventos de grande porte, cria empregos e reúne famílias inteiras, dos avós às crianças, no aplauso aos seus vaqueiros. Vai daqui todo o nosso apoio aos defensores da vaquejada, para que o Poder Judiciário reconsidere e reconheça que o Nordeste e o Brasil têm direito de manter e preservar essa bela tradição. Contem comigo, heróis da vaquejada @celsovitorio e @juninhovitorio!!”
A decisão do STF é polêmica entre os defensores e opositores da vaquejada. Na postagem do governador, seguidores usaram dos mais diversos argumentos para defender seus pontos de vista.
Apenas no estado do Ceará, alvo da decisão do Supremo, são mais de 700 provas por ano. “A vaquejada é algo que está na nossa cultura há mais de cem anos. Tem uma geração de empregos de algo em torno de 600 mil pessoas que dependem de certa forma da economia que a vaquejada movimenta”, declarou Marcos Lima, da Associação Brasileira de Vaquejada, a um portal de notícias nacional.
Até no STF, a decisão dividiu o plenário que julgou inconstitucional a lei do Ceará que regulamentava a vaquejada como prática esportiva e cultural. A decisão, por seis votos a cinco, abre caminho para que a atividade também chegue ao fim no restante do país, inclusive em Alagoas. O principal argumento dos ministros foi de que a vaquejada é uma prática cruel para os animais.
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