Polícia

'Não se sustenta', diz delegada sobre cobrança de propina por auditor fiscal assassinado

TNH1, com Fique Alerta | 01/09/22 - 13h36
Reprodução

Responsável pela investigação sobre a morte do auditor fiscal João de Assis, a delegada Rosimeire Vieira afirmou nesta quinta-feira, 1º, que não se sustenta a versão apresentada pela defesa dos acusados de que o servidor da Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas estivesse extorquindo de alguma maneira os envolvidos durante a fiscalização a um mercadinho no Tabuleiro dos Martins, bairro da parte alta de Maceió. A versão sobre a suposta propina motivou, inclusive, uma nota de repúdio das entidades do Fisco de Alagoas. (leia aqui).

"Essa versão não se sustenta. As pessoas que foram inquiridas, inclusive, a própria família, que foi ouvida antes, ninguém citou essa possibilidade de que o servidor estivesse extorquindo alguém. E as testemunhas que ali estavam foram claras em dizer que a intenção do fiscal era aplicar multa. Ele estava com bloco de notas, notebook, fazendo fotografias e registros, o que demonstra que a intenção dele, de fato, era agir conforme a lei", revelou a delegada em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/Record TV

Segundo Rosimeire Vieira, as câmeras da região mostram a movimentação no estabelecimento comercial, desde a chegada do auditor, até quando os suspeitos deixam o local com o corpo e levam o carro da Secretaria da Fazenda. 

"A análise dessas imagens está sendo feita de maneira minuciosa para saber sobre a conduta de cada um dos envolvidos. A gente espera agora ter identificado todos os envolvidos nesse crime", falou Rosimeire. 

Terceiro suspeito preso - As autoridades policiais confirmaram na manhã desta quinta-feira a prisão de mais um envolvido na morte do auditor fiscal João de Assis Pinto Neto. O homem identificado apenas como Ricardo, que é irmão dos outros dois comerciantes já presos, foi capturado por policiais militares em casa, no Tabuleiro do Martins, durante cumprimento de mandado judicial e encaminhado à sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Chã de Bebedouro. 

Desavença e morte - A Polícia Civil informou que a morte do auditor fiscal, cujo corpo foi encontrado carbonizado na noite do último dia 26, foi decorrente de uma desavença com dois comerciantes, após ele flagrar irregularidades em um estabelecimento comercial, localizado no Tabuleiro do Martins. 

De acordo com a polícia, foi por meio do celular da vítima, abandonado pelos suspeitos em um terreno baldio, em Rio Largo, que a polícia conseguiu chegar aos suspeitos. De posse do aparelho, e com acesso concedido por familiares, foi possível, constatar que João Assis usava seu aparelho para fotografar as suas fiscalizações e apreensões de produtos irregulares durante o seu trabalho.