O presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó, concedeu entrevista ao programa Cidade AL, da TV Pajuçara/Record TV, nessa quinta-feira, 11, e comentou mais uma vez sobre as suspeitas de manipulação em oito jogos da Copa Alagoas de 2023. No mesmo dia, o gestor havia confirmado ao TNH1 que ao menos oito partidas da competição chamaram a atenção da FAF devido ao volume de apostas para o placar final.
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A Operação Penalidade Máxima, desencadeada após uma investigação no estado de Goiás, repercutiu nacionalmente após a confirmação do envolvimento de jogadores e apostadores para um esquema de manipulação de jogos da Série A e Série B do Campeonato Brasileiro no ano passado.
Em Alagoas, o presidente da FAF confirmou que a entidade monitora os jogos há aproximadamente cinco anos, mas, neste ano, no período em que o esquema veio à tona, quase 10 jogos foram inseridos no relatório da Federação e encaminhado para investigação das autoridades.
"Primeiro pontuar a situação. Tudo isso veio à tona de ontem para hoje, muito na linha do que aconteceu no cenário do futebol nacional. Mas é algo que a gente trabalhando de cinco anos para cá, especificamente no início desse ano para agora. Aí sim aconteceram alguns eventos e possivelmente os resultados das partidas podem ter sido manipulados, até porque o sentido das apostas era de quem ia ganhar e quem ia perder, com quantidade X ou Y de gols. A medida que isso acontecia, a gente foi passando para os órgãos competentes, discutindo, cobrando para que fosse investigado e passado a limpo. E tomou a proporção que tomou de ontem para hoje", disse.
"Existe uma empresa que faz monitoramento da integridade dos jogos com base na movimentação das casas de apostas. Existem indícios, com base nesses relatórios que são entregues, de que poderia ter acontecido fraudes nessas oito partidas da Copa Alagoas. Baseado nisso, remetemos às autoridades competentes para que daí, sim, fosse processada a investigação para apurar o que aconteceu. Temos o cuidado para não ser leviano e expor atleta A, B ou C cometeu alguma coisa. Nós vimos o Auremir falando que não pode ser julgado virtualmente, e a gente não quer que isso aconteça. A gente quer que seja apurado e seja passado a limpo. Se de fato houver, que seja punido", continuou.
Ainda de acordo com Feijó, o futebol pode conviver com o mercado de apostas, mas é necessária a regulamentação dele para coibir a tentativa de manipulação. "Escutei um dado interessante, de que os mercados onde as apostas são reguladas, e aí tem uma carência no Brasil, pois é permitido e não é regulado, e a regulamentação está para acontecer agora, então você tem o índice de 0,04% de manipulação de resultados nesses mercados regulados. Os esportes conseguem conviver com o mercado de apostas, ele é um mercado como qualquer outro, movimenta uma quantidade significativa de dinheiro, aporta o dinheiro de maneira significativa nas modalidades esportivas e no futebol principalmente. Então acho que dá para conviver. A gente só não pode criar um ambiente desregulado e permissivo, onde as pessoas tentem cometer atitude desses tipos e fiquem impunes. Com a regulamentação do mercado, nós teremos várias regras que vão ser criadas e vão facilitar os controles que ficam meio soltos, porque não há regulamentação".
Feijó reforçou que a entidade vai cobrar dos órgãos a punição de pessoas ligadas ao esporte que estejam envolvidas nos crimes. "Vamos cobrar dos órgãos competentes, os tribunais desportivos têm a possibilidade de punir, banir, multar atletas. E do ponto de vista civil e penal, que também sejam processados e julgados como devem ser".
Por fim, o presidente explicou que a FAF vai continuar com o trabalho de monitoramento em meio às campanhas de conscientização. "A gente faz 400 jogos por ano, entre primeira, segunda divisão, Copa Alagoas, campeonatos amadores, campeonatos sociais... E temos um número de 8 jogos, que não é significativo, pois o universo dos jogos é muito maior. A gente tem esse monitoramento faz mais de 5 anos e aconteceu agora de surgir suspeita. O futebol está sofrendo, está sangrando, mas acho que isso é necessário para poder afastar isso de vez. Tudo vai continuar acontecendo normalmente, a gente vai continuar monitorando, trabalhando e fazendo campanhas para isso não mais acontecer".
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