O Museu da História da Medicina de Alagoas Nise da Silveira foi invadido por criminosos e aproximadamente 500 itens de instrumentos cirúrgicos, mobília e aparelhos eletrônicos foram furtados do local. O museu, que funciona na Rua Barão de Anadia, no Centro de Maceió, foi fundado em 1917 e mantinha um acervo rico sobre a medicina no Brasil e em Alagoas. A polícia confirmou, no início da tarde desta quinta, 29, que dois suspeitos do crime foram detidos e encaminhados à Central de Flagrantes, porém o material furtado não foi encontrado com eles.
LEIA TAMBÉM
Em entrevista ao TNH1, o médico Fernando Gomes, presidente da instituição, disse que é incalculável o prejuízo da ação criminosa. "O museu foi destruído. Aqui mantemos um dos mais interessantes museus de medicina do Brasil. São peças do século XIX e início do século XX, um rico compilado da história da medicina brasileira, referência não só em entre os alagoanos. É incalculável o valor financeiro e tamanho desse prejuízo para a história", lamentou.
O prédio onde funciona o museu está fechado para reforma e não contava com segurança nos últimos 30 dias. A administração não sabe ao certo a data do arrombamento que foi descoberto na tarde dessa quarta-feira (28). "Mesmo fechado, nós estivemos no museu na última semana e estava tudo certo, tudo no lugar. Ontem à tarde foi que vimos que roubaram todos os objetos de ferro, oculares, a parte antiga de oftalmologia, estantes, aparelhos de ar-condicionado e até geladeira", detalhou o presidente.
O médico diz ainda acreditar que a ação foi "bem planejada" pelos criminosos. "Foi um roubo direcionado, algo determinado.. Eles desligaram a energia, roubaram toda a fiação, quebraram a grade, vidros, mesas, subtraíram importantes unidades de instrumentais cirúrgicos. Eles levaram quase tudo e o que não foi levado, foi destruído ", lamentou.
O museu é uma entidade civil e a administração, bem como o custeio de manutenção, são de responsabilidade da Sociedade Alagoana de Medicina. Para a reabertura, no entanto, a sociedade diz que vai precisar de apoio do poder público. "Não temos como pagar pela reforma do prédio, tudo foi danificado. Temos três auditórios e todos foram depredados, paredes, portas e janelas foram quebradas. O museu vai persistir, mas agora vamos precisar do suporte do poder público, como o Governo do estado e a Prefeitura de Maceió", acrescentou.
Nesta quinta-feira (29), equipes do Instituto de Criminalística (IC) estiveram nas dependências do museu para início da perícia. O caso será investigado no 1º Distrito Policial (1ºDP) e agentes da Operação Policial Integrada Litorânea (Oplit), que também abrange a região, já estiveram no local para os primeiros levantamentos.
Dois são detidos dentro de museu - O coordenador da Oplit, Antônio de Pádua, confirmou ao TNH1, por volta das 12h45 desta quinta, que dois indivíduos foram detidos sob a suspeita do crime, porém a dupla negou participação e afirmou que entrou no museu apenas para urinar. Eles estavam dentro do local durante o trabalho de perícia do IC.
Pádua destacou que um dos suspeitos é menor de idade e foi encontrado com um martelo. Já o segundo é um adulto que tinha mandado de prisão em aberto por furto. Os dois agora vão prestar depoimento ao delegado plantonista da Central.
LEIA MAIS
+Lidas