"Eu estou precisando de ajuda, eu estou precisando de socorro, eu não estou aguentando mais a rua". O apelo desesperado é de uma mulher. Ela tem 49 anos, mas as marcas de expressão dão-lhe o aspecto de ser mais velha. A dependência química, a vida nas ruas em busca da droga e o consumo diário desenharam em seu rosto um retrato de sofrimento e de derrota.
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Claudizete Alves é uma das milhares de pessoas dominadas pelo crack, esse flagelo que vicia, destrói famílias e mata cada vez mais pessoas no Brasil e no mundo. Não bebe, não fuma, mas conheceu o crack há onze anos, e desde então está mergulhada em um drama que já lhe custou o convívio com a família e com todos que já tentaram ajudá-la.
Ela contou que fumou a última pedra da droga às 7h dessa quarta-feira, 20. Passado o efeito, decidiu buscar ajuda. "Eu queria um internamento involuntário", disse Claudizete, em entrevista emocionante ao repórter Mailson Franklin, durante edição desta quinta-feira do Fique Alerta.
"Tem que ser involuntário, porque eles não deixam sair", disse Claudizete, ao explicar que já tentou se tratar, mas não conseguiu. "Eu fiquei seis meses internada, mas voltei ma usar".
Claudizete mora em Rio Largo, mas nos últimos dias estava "perambulando" pelos arredores do Terminal Rodoviário, no bairro do Feitosa, local que concentra um número grande viciados.
"Eu quero que minha família me perdoe. Eles acham que uso porque eu quero, mas não é. Ninguém quer estar numa vida dessas", disse, entre lágrimas.
Assista à entrevista completa:
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