Saúde

Mpox é sexualmente transmissível? Entenda relação entre sexo e a doença

CNN Brasil | 19/08/24 - 21h45
Foto: Reprodução

O mpox é uma doença infecciosa causada por um vírus da família do vírus da varíola (já erradicada), o Orthopoxvirus. A transmissão ocorre, principalmente, por meio do contato direto com a pele infectada ou outras lesões, como na boca ou nos órgãos genitais e, por isso, a mpox pode ser transmitida no sexo.

O vírus pode se espalhar pelo contato próximo de qualquer tipo, incluindo beijos, toques, sexo oral e penetração vaginal e anal com uma pessoa infectada, segundo a OMS. Ainda de acordo com a entidade, pessoas que fazem sexo com múltiplos ou novos parceiros correm maior risco.

Por isso, a recomendação da OMS é que qualquer pessoa com sintomas de mpox, como lesões e erupções na pele, evite fazer sexo ou ter qualquer outro tipo de contato próximo e íntimo com outras pessoas até que tenham sido testadas para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e mpox.

No caso da mpox, as erupções cutâneas podem surgir também em locais pouco visíveis, como boca, garganta, genitais e região anal.

O mundo está em alerta para o atual surto de mpox na África desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a definir a situação como uma emergência de saúde pública global, na quarta-feira (14).

Mpox pode ser transmitida pelo do sêmen?

Ainda não se sabe se o vírus da mpox pode ser transmitido pelo do sêmen ou por fluidos vaginais, aponta a OMS.

Usar preservativo durante a relação sexual pode não gerar proteção contra a doença, já que a exposição às lesões da doença pode continuar existindo.

Além disso, a doença também pode ser transmitida pelo beijo e pelas gotículas respiratórias provenientes do contato próximo e prolongado, como ocorre no sexo. Portanto, a principal recomendação da OMS é que se evite ter relações sexuais com pessoas infectadas por mpox.

Homens que fazem sexo com homens estão em maior risco?

A maioria dos casos relatados no surto de 2022 foi identificada entre homens gays e bissexuais, além de outros homens que fazem sexo com homens (HSH).

Dado que a maioria dos casos foi identificado nessa parcela da população, essas pessoas estão em maior risco de serem expostas ao vírus se fizerem sexo ou tiverem outra forma de contato próximo e prolongado com alguém infectado, diz a OMS.

No entanto, a entidade enfatiza que o risco de contrair mpox não se limita a esse grupo de pessoas, nem entre aqueles que são sexualmente ativos.

“Envolver comunidades de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens para aumentar a conscientização é essencial para proteger aqueles que correm mais risco”, afirma a entidade, em comunicado sobre a mpox.

Como prevenir a mpox?

A OMS lista as seguintes orientações para proteger a si próprio e aos outros contra a mpox:

  • Conhecer os sinais e sintomas da doença;
  • Evitar o contato próximo com qualquer pessoa com mpox, incluindo contato sexual;
  • Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel;
  • Manter o isolamento social caso seja testado positivamente para mpox até que todas as lesões tenham se curado (formado crostas, caído e uma nova camada de pele ter se formado);
  • Se for sexualmente ativo, usar preservativo por 12 semanas após a total recuperação da doença;
  • Em países onde foram encontrados mpox em animais silvestres, evitar o contato com esses animais, especialmente se estiverem doentes ou mortos.

No caso do contato sexual, a entidade ainda fez as seguintes recomendações para prevenir a transmissão do vírus:

  • Comunicar abertamente o(s) parceiro(s) sobre os sintomas e riscos da mpox;
  • Trocar detalhes de contato com o(s) parceiro(s) caso desenvolva sintomas da doença;
  • Interromper as relações sexuais;
  • Usar preservativo consistentemente;
  • Evitar sexo em grupo;
  • Evitar ambientes dedicados à prática sexual em alguma medida;
  • Evitar locais onde há prática sexual em troca de dinheiro.

Vacina contra mpox

Segundo o Ministério da Saúde, a imunização antes da exposição ao vírus está priorizando pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença. Entre elas estão homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais com idade igual ou superior a 18 anos e que vivem com o vírus HIV. Além delas, funcionários de laboratórios que trabalham diretamente com microrganismo e têm entre 18 a 49 anos.

A vacinação também prioriza pessoas que já tiveram contatos (classificados pela OMS como de alto ou médio risco) com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox.