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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu à Polícia Civil que instaure inquérito para investigar o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), por um suposto crime de injúria racial contra o vereador paulistano Fernando Holiday (DEM), um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL).
O pedido do MP foi formulado no dia 12, mas a Secretaria de Segurança Pública informou, no entanto, que a solicitação ainda não chegou ao Departamento de Política Judiciária da Capital (Decap), vinculado à Polícia Civil, e, portanto, o inquérito ainda não foi aberto. A Promotoria agiu após representação do advogado Maurício Januzzi. Se condenado, Ciro pode pegar pena de 1 a 3 anos de prisão mais multa.
Em 18 de junho, o pré-candidato do PDT chamou Holiday de “capitãozinho do mato” durante uma entrevista à rádio Jovem Pan. “Esse Fernando Holiday aqui é um capitãozinho do mato. Porque a pior coisa que tem é um negro usado, pelo preconceito, para estigmatizar”, afirmou.
A declaração foi dada após uma pergunta sobre a negociada possível aliança entre Ciro e o DEM nas eleições. Ao elencar as suas diferenças com o partido, o pedetista citou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que ele considera um “golpe”, e a atuação de Holiday em São Paulo. Na ocasião, o vereador classificou a fala como racista e anunciou, por meio de suas redes sociais, a intenção de processar o presidenciável.
À reportagem, Holiday afirmou nesta terça-feira, 17, que espera ir até o fim na Justiça sobre o caso, não só por meio da representação do MP, mas também por meio de ação cível, cuja primeira audiência deve ocorrer em agosto. “Espero que ele seja punido em ambas as instâncias”, disse.
Ainda em junho, em outro evento, Ciro respondeu a questionamentos sobre o uso do termo “capitão do mato” – responsáveis, alguns deles negros libertos, por caçar escravos fugidos das fazendas durante a escravidão. Ele citou dois pontos da atuação de Holiday que justificariam sua fala: a iniciativa de acabar com o Dia da Consciência Negra e a apologia pelo fim das cotas. “Capitão do mato, aqui, é uma metáfora segura que eu tenho que ele faz esse papel em pleno século 21”.
Nesta terça-feira, Ciro Gomes participou de uma sabatina promovida pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo, e tratou do tema. O pedetista criticava “essa gente” que “anda abusada”, para falar de juízes que interferem na atuação de parlamentares. Depois, prosseguiu sobre seu caso: “Agora, um promotor aqui de São Paulo resolveu me processar por injúria racial. E pronto. Um filho da **** faz isso e pronto. Ele que cuide de gastar o restinho das atribuições dele porque se eu for presidente essa mamata vai acabar”.
“Eu tenho minha biografia e minha honradez. Agora, porque eu viro candidato, o camarada resolve me processar por injúria racial. E se ele me causa um prejuízo político, eleitoral e imagética, quem me indeniza? Quando será essa indenização? Em que lugar do mundo isso pode acontecer impunemente?”, critica.
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