MP cumpre sete mandados de busca e apreensão e três auditores fiscais são novamente afastados dos cargos

Publicado em 27/02/2019, às 06h54
Operação foi desencadeada nesta manhã | TV Pajuçara / Henrique Pereira
Operação foi desencadeada nesta manhã | TV Pajuçara / Henrique Pereira

Por MPE-AL

Uma operação foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), na manhã desta quarta-feira (27). A ação, batizada de 'Cavalo de Troia', tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa (Orcrim), comandada por auditores fiscais, especializada nos ilícitos penais de corrupção, falsidade ideológica e lavagem de bens, dentre outros crimes. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Alagoas e houve três afastamentos de servidores que ocupam cargos públicos.

A operação foi deflagrada nos municípios de Maceió e Paripueira por volta das 6h da manhã. Na capital, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em residências e empresas. Já no interior, deu-se cumprimento ao sétimo mandado, num haras que pertencente ao empresário Wilson Bezerra Leite Júnior, valendo destacar que todas as medidas cautelares foram expedidas pela 17ª Vara Criminal da Capital.

Veja vídeo:

De acordo com o coordenador do Gaesf, promotor de justiça Cyro Blatter, a operação Cavalo de Tróia acontece com a missão de combater diversos crimes, dentre os quais o crime de corrupção praticado pelos fiscais de renda José Vasconcellos Santos, Luiz Marcelo Duarte Maia e Marcos Antônio Rocha Barroso que,  em esquema com um empresário Wilson Bezerra Leite Júnior, causaram um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões aos cofres do tesouro estadual.

Buscas são realizadas desde a madrugada / MPE-AL

Segundo Blatter, já foram denunciadas perante a 17ª Vara Criminal 14 pessoas: José Vasconcellos Santos, Luiz Marcelo Duarte Maia e Marcos Antônio Rocha Barroso – todos auditores fiscais de tributos da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) - Vitória Maria Buarque Santos (esposa de José Vasconcellos), Wilson Bezerra Leite Júnior (empresário), José Otacílio de Carvalho Silva e Márcio Almeida e Almeida (contadores) e Ianahiara Josie Camelo de Macena Januário, Paulo César Ferreira da Silva, Venino Pereira Souto Júnior, Érico Correa de Melo Filho, Regivaldo Alves da Silva, Zenildo Marques de Melo e Maurício Omena de Araújo, estes últimos, considerados testas de ferro e laranjas.

Todos os réus são apontados por envolvimento em crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de bens e recebimento de propinas. Tudo isso foi apurado num inquérito policial presidido pelo delegado Felipe Caldas, que atua no Gaesf.

E José Vasconcellos Santos, Luiz Marcelo Duarte Maia e Marcos Antônio Rocha Barroso foram novamente afastados de suas funções.

Além do promotor Cyro Blatter, também estiveram na coordenação da operação o promotor Kléber Valadares, que igualmente integra o Gaesf, o gerente de Inteligência Fiscal da Sefaz, João Clemente, e o delegado Fabrício Nascimento, do Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil.

Para esta operação, também participaram a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Instituto de Criminalística (IC).

A Secretaria de Estado da Fazenda se manifestou acerca da operação; confira nota:

Quanto a operação Cavalo de Tróia, realizada nesta quarta-feira (27), a Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas reafirma seu compromisso  com a ética apoiando o trabalho do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf), do qual também faz parte e ressalta que todas as providências administrativas e legais já estão em andamento tanto na Sefaz/AL quanto na justiça. Em relação aos envolvidos, todos passarão pelo devido processo legal, tendo direito ao contraditório e a ampla defesa.

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