O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) começou a apurar a divergência do número de público registrado no Rei Pelé, no jogo de volta da decisão do Campeonato Alagoano. Na ocasião, o CRB venceu o ASA por 3 a 1 e foi campeão estadual. Além de conquistar o tricampeonato, o Galo bateu o recorde de público na temporada em Alagoas, no dia 6 de abril.
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A investigação teve início após a divergência no número de torcedores divulgados no borderô da Federação Alagoana de Futebol (FAF) e no relatório da Polícia Militar (PM). De acordo com o documento da FAF, foram comercializados 14.287 ingressos, o que deu uma renda de R$ 421.350,00. O público total, contando com as gratuidades, foi de 17.263.
No entanto, conforme noticiado pelo Extra, a PM - em dados obtidos pelo sistema de reconhecimento facial do estádio - teria registrado 25.860 faces, uma diferença de quase 50% e muito superior a capacidade do Trapichão, de aproximadamente 18 mil pessoas.
O CRB informou que já foi notificado pelo MP, mas que entende que a contagem de mais de 25 mil torcedores tenha sido feita de forma equivocada. De acordo com o clube, o sistema de identificação do Rei Pelé serve para identificar as pessoas, e não para realizar a contabilização.
“O CRB foi notificado, mas entende que a contagem de 25.860 torcedores foi feita de maneira errada, já que o meio que usaram para chegar a esse número foi através do sistema de identificação do Rei Pelé, que não serve para contar quantas pessoas existem no local, e sim para identificar pessoas, e ele é reiniciado a cada x minutos. Então, a mesma pessoa pode ser identificada a cada x minutos. É de consenso geral que o sistema de identificação não pode ser usado como contador”, disse o clube.
Ao TNH1, o Ministério Público informou que os detalhes somente serão repassados após a conclusão da apuração e da investigação. Uma perícia também deve ser realizada no estádio para concluir se houve superlotação.
Sistema de identificação do Rei Pelé - Em nota, a empresa por trás do sistema de identificação do Rei Pelé informou que as câmeras instaladas servem para realizar a detecção das faces de todas as pessoas que estiverem no perímetro de acesso ao estádio, e não para realizar a quantificação de público. Assim, dentre os pouco mais de 25 mil registros realizados pelo monitoramento, há a possibilidade de eventuais repetições.
Leia, abaixo, a nota na íntegra.
Às câmeras são programadas para realizar a detecção de todas as faces que estiverem no perímetro de acesso ao Estádio Rei Pelé, com intuito de efetivar o vídeo monitoramento qualitativo (reconhecimento facial) de eventuais episódios.
A tecnologia do vídeo monitoramento não tem a finalidade de realizar a quantificação de público, apenas dando um estimativa de faces detectadas no evento.
Diz-se isso, pois, o sistema não exclui da contabilização eventuais faces repetidas que venham a circular no perímetro durante o evento.
Sobre a informação do “público” na final do Campeonato Alagoano 2024, cumpre informar que foram contabilizadas 25.860 faces “detectadas” no dia da realização da partida, não se confundido com o público presente.
Assim, importante se faz destacar que virtude da finalidade do projeto (reconhecimento facial), o sistema não consegue contabilizar o público real. No máximo poderá auxiliar como estimativa, considerando uma média entre 25% à 30% de faces duplicadas por jogo, passando em seguida por um filtragem que poderá diminuir ainda mais os números encontrados.
O TNH1 entrou em contato com a Polícia Militar de Alagoas. A matéria será atualizada assim que houver a manifestação.
Número registrado pela FAF bateu recorde de público no Rei Pelé em 2024
(João Marcelo Cruz / TNH1) |
Na decisão do Alagoano, 17.263 pessoas (boletim financeiro da FAF) foram ao estádio para ver o Regatas conquistando o tricampeonato. Antes, o maior público do ano no estádio tinha sido na partida do clube contra o Bahia, pela fase de grupos do Nordestão, 16 mil estiveram presentes na derrota do Galo para o Tricolor.
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