Caso Maria Alice: Segurança Pública detalha motivação para o crime, alvo e morte de suspeitos

Publicado em 22/01/2025, às 13h12
Cúpula da SSP convocou coletiva de imprensa nesta quarta-feira (22) para detalhar as novidades sobre o caso - Foto: Reprodução
Cúpula da SSP convocou coletiva de imprensa nesta quarta-feira (22) para detalhar as novidades sobre o caso - Foto: Reprodução

Por Eberth Lins

Os autores do atentado a tiros que terminou com a morte da menina Maria Alice, de apenas 03 anos de idade, disputavam espaço para venda de drogas no Ouro Preto, em Maceió, e já tinham sido expulsos do bairro, para onde voltaram para se vingar de um parente da menina, que seria o verdadeiro alvo dos bandidos. Os suspeitos tinham 21 e 22 anos e morreram na madrugada desta quarta-feira (22) durante um confronto com policiais militares no município de Coruripe, no Litoral Sul do estado, onde estavam escondidos.

A informação foi repassada pelo delegado Sidney Tenório durante entrevista coletiva na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), nesta quarta-feira (22). A SSP, no entanto, não informou o grau de parentesco do verdadeiro alvo com a menina e, embora tenha dito que a motivação do atentado foi a disputa por espaço para venda de drogas, não confirmou a relação do parente com o tráfico.

"Essas pessoas [os autores dos tiros] eram da Vila Emater, justamente onde os carros foram abandonados, e por questão de tráfico tinham sido expulsos e tentavam se alojar, tomar o reduto na região do Ouro Preto, e passaram a incomodar pessoas que já estavam com certo envolvimento com o tráfico local. Daí foram expulsos do Ouro Preto e voltam justamente para fazer esse atentado contra um parente da criança", disse o delegado.

O verdadeiro alvo, segundo o delegado, está fora do estado. "Mas foram ouvidos parentes da criança, que não tiveram dúvidas de que quem estava no banco do carona do Mobi branco foi justamente um dos homens que tombaram na manhã de hoje", enfatizou o delegado. 

"Esse parente não estava mais no local, a gente tem essa informação, e foi justamente ele que deixou esse local dizendo 'quem quer me matar é fulano e cicrano'. E aí, dias depois, eles voltam nesse Mobi roubado, que é um carro de uma locadora, e fazem esse atentado. Infelizmente teve a morte dessa criança e o caso ganhou essa repercussão toda, que não devia ter outra resposta, senão a dada na manhã de hoje", complementou.

O delegado ainda explicou que a disputa não tem relação com facções criminosas e reforçou que trata-se de uma rixa por espaço para comercialização de drogas. "Não falo de brigas de facções criminosas, a gente está falando de briga por pontos de venda de drogas, o que no patamar da Segurança Pública são coisas bem diferentes. Eles foram expulsos da Vila Emater, na região de Jacarecica, inclusive onde moram parentes dos dois, seguem para o Ouro Preto onde lá tentam 'cantar de galo', e foram expulsos também. É uma questão de rixa, de vingança, que inclusive já tinha sido divulgada", pontuou Sidney.

Agora, a SSP segue com a investigação para saber se há outros envolvidos no atentado. "Por trás deles que puxaram o gatilho podem ter outras pessoas. O trabalho de investigação não terminou hoje. A morte da criança é uma fatalidade que não será permitida [pela Segurança Pública]", completou.

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