Mortes por meningite em Alagoas mais que triplicam em 2023; casos também subiram

Publicado em 14/09/2023, às 15h34
Foto: Reprodução/Secom Maceió
Foto: Reprodução/Secom Maceió

Por TNH1

O boletim atualizado divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) aponta para a ocorrência de 14 mortes por meningite em Alagoas, entre janeiro e agosto deste ano. Se comparado com o mesmo período em 2022, quando foram registrados apenas 3 óbitos, houve um aumento de mais de 300% no número de mortes, no primeiro semestre de 2023.

Os números da Sesau ainda mostram que houve um aumento significativo no número de casos de meningite registrados em 2023. Segundo os dados, foram registrados 63 casos da doença nos sete primeiros meses deste ano —  quase o dobro dos casos registrados em 2022 (34).

Em entrevista à TV Pajuçara, nessa quarta-feira (14), o chefe do Gabinete de Combate às Doenças Infecciosas da Sesau, infectologista Renee Oliveira, confirmou o aumento acima do normal de casos da doença em Alagoas.

"É um aumento expressivo no número de casos, então se colocarmos num parâmetro, sobre o que é um surto, é possível dizer sim que é um surto neste momento", disse o médico. "Já tem um tempo que a preocupação existe. Tanto para a Sesau, o Estado de Alagoas, quanto para o município de Maceió, onde há maior concentração dos casos. Estamos buscando esse diagnóstico como também agilidade, ao identificarmos o paciente com meningite, para iniciar o tratamento. A situação está sendo organizada há um bom tempo", destacou.

Ainda de acordo com o infectologista, não há necessidade de ampliação de leitos. "A preocupação seria com relação a se buscar em aumentar o número de leitos. Nós temos hoje o Hospital Hélvio Auto, como também o Hospital da Criança, e podemos até ampliar também para o Hospital Metropolitano, mas acho que isso tem ligação direta com mais aumento de casos, e hoje ainda não é necessário".

Sintomas e medidas de prevenção contra a meningite - A doença meningocócica é causada por uma bactéria chamada Neisseria Meningitidis, e é potencialmente muito grave, podendo levar ao óbito em 10 a 30% dos casos.  O quadro clínico é bem variado, mas os sintomas mais comuns  são os que estão presentes em quadros de meningite em geral: febre, cefaleia, vômitos,  porem na maioria dos casos, surgem também petéquias (manchas avermelhadas) ou equimoses (manchas roxas) na pele.

A boa notícia é que a infecção por essas bactérias pode ser prevenida por vacinas gratuitas disponibilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completa 50 anos em 18 de setembro de 2023.  A imunização é importante principalmente no início da infância, já que as doenças pneumocócicas são especialmente graves para menores de 5 anos, idosos e pessoas com comorbidades.

A Rede Pública de Saúde oferece vacina contra as formas mais graves de meningite, que são:

  • Meningocócica Conjugada C: Doença Meningocócica causada pelo meningococo do sorogrupo C, para crianças de 3 e 5 meses, com reforço ao 1 ano de idade;
  • Meningocócica Conjugada A, C, W e Y: Doença Meningocócica causada pelos meningococos dos sorogrupos A, C, W e Y, para adolescentes de 11 a 14 anos;
  • Pentavalente: Doença Meningocócica causada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b, para crianças de 2, 4 e 6 meses de idade;
  • Pneumocócica conjugada 10-valente: Meningite causada por 10 sorotipos de streptococcus pneumoniae, para crianças de 2 e 4 meses, com reforço ao 1 ano de idade;
  • BCG: Meningite tuberculosa, ao nascer em dose única.

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