Morte na lagoa: familia diz que acidente foi 'fatalidade' e que não vai registrar Boletim de Ocorrência

Publicado em 18/04/2023, às 10h59
Karllisomn é a terceira vítima fatal de acidente em lagos de Alagoas, em 2023 | Foto: Reprodução / Redes sociais
Karllisomn é a terceira vítima fatal de acidente em lagos de Alagoas, em 2023 | Foto: Reprodução / Redes sociais

Por Eberth Lins com Rádio Pajuçara FM

As circunstâncias do acidente que resultou na morte do técnico em informática Karlisson Monteiro de Almeida, na Lagoa Mundaú, em Maceió, não devem ser apuradas pela polícia. Ao menos esse é o desejo da família, que entende o ocorrido como uma fatalidade. No último sábado (15), Karlisson saiu para um passeio de lancha na companhia de familiares e amigos. Já no final da tarde, o técnico sofreu um acidente e ficou gravemente ferido. Ele chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.

A morte de Karlisson é a terceira causada por acidente náutico em lagoas do estado este ano. A família da vítima, no entanto, não tem nenhuma pretensão em registrar Boletim de Ocorrência (B.O.). "De jeito nenhum, porque a gente faz Boletim de Ocorrência quando vai acusar alguém, e aquilo ali foi uma fatalidade", afirma Jailton Lima, que é cunhado da vítima em entrevista exclusiva à Rádio Pajuçara FM, na manhã desta terça-feira (18).

Karlisson Monteiro, segundo o cunhado, teria insistido para voltar do passeio preso a uma boia que estava sendo arrastada pela lancha. "Ele insistiu e foi na boia. Uma onda pegou e jogou ele no pilar da ponte, foi uma fatalidade. Ele sempre gostou de aventuras, a verdade é essa! A mãe e os amigos sabem. Quem conviveu com ele sabe", continuou Jailton na entrevista ao repórter Hélio Góes. 

O cunhado de Karlisson foi enfático ao afirmar ainda que o registro do B.O. só será feito "se a família for intimada pela polícia". "Como a gente sabe que foi uma fatalidade, não tem porque fazer B.O. para tentar encontrar um culpado. Eles saíram de lancha para um lazer. Todo mundo brincou, se divertiu", disse.

Nessa segunda-feira (17), o delegado Nivaldo Aleixo, responsável por investigar casos da região, afirmou que só pode instaurar inquérito para apurar a morte de Karlisson se a família registrar um B.O. e que os envolvidos podem ser indiciados por homicídio culposo, isto é, quando não há intenção de matar; leia.

Jailton ainda pediu respeito ao silêncio dos familiares. "A gente que é família, se tivesse acontecido alguma coisa, a gente ia querer sim investigação. Ficam querendo arrumar um culpado para uma tragédia, uma fatalidade e a gente sabe que não tem", complementou.

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