Moraes acolhe notícia-crime do TSE e manda investigar Bolsonaro por vazamento de inquérito sigiloso

Publicado em 12/08/2021, às 18h59
Rosinei Coutinho/SCO/STF
Rosinei Coutinho/SCO/STF

Por Redação

O ministro Alexandre de Moraes acolheu a notícia-crime do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e decidiu investigar o presidente Jair Bolsonaro por suposto vazamento de dados sigilosos de inquérito da Polícia Federal sobre invasão hacker à corte eleitoral em 2018. Assim, o magistrado determinou a abertura de uma nova frente de investigação contra o chefe do Executivo no inquérito das fake news. Na semana passada, já havia decidido incluir o presidente como investigado devido à transmissão de uma live em que prometia comprovar as fraudes nas urnas eletrônicas, mas, ao final, apresentou apenas um compilado de notícias fraudulentas já desmentidas pelo TSE.

Nesta quinta-feira (12), a decisão do ministro foi uma resposta à notícia-crime assinada por todos os sete ministros do TSE e enviada na última segunda (9) ao STF. Os integrantes da corte solicitaram a apuração contra o chefe do Executivo e contra o deputado Filipe Barros (PSL-PR) por "possível conduta criminosa". O processo foi motivado por uma publicação de Bolsonaro nas redes sociais feita logo após ele ter afirmado em entrevista a um programa da rádio Jovem Pan que comprovaria a fraude nas urnas eletrônicas.

O presidente disse que o inquérito da PF seria uma das provas de que as urnas são fraudáveis. Um dia depois, porém, o TSE desmentiu a versão de Bolsonaro e disse que o episódio, que ocorreu em 2018, "embora objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova". Também nesta quinta, o ministro Dias Toffoli cobrou do procurador-geral da República, Augusto Aras, uma manifestação sobre as alegações de Bolsonaro de que houve fraudes nas eleições de 2018. O presidente já admitiu que não tem como provar as acusações que faz ao sistema eleitoral, mas tem insistido que o pleito vencido por ele foi fraudado.

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