Monitores da educação rompem com Sinteal e propõem criação de novo sindicato

Publicado em 09/08/2016, às 16h35

Por Redação

Em audiência realizada nesta terça-feira (9), na 2ª Vara do Trabalho, monitores da educação e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) voltaram a discutir o rompimento da categoria com o Sinteal e a criação de outra entidade que os represente.

Segundo Charlene Barros, professora e representante dos monitores, a audiência foi positiva, pois o juiz não proibiu a criação de um novo sindicato, exclusivamente para os professores contratados. O grupo de monitores, que exigem ser chamados de professores contratados, em assembleia a ser realizada no dia 13 de agosto, na Rua Valdomiro Nunes Alencar de Barros, nº116, no Barro Duro, vai formalizar a criação do Sindicato dos Professores Contratados da Rede Pública de Alagoas (Sinprocorpal).

“O Sinteal  usa dinheiro da educação contra a educação. Eles têm poder político, jurídico e institucional e mesmo assim nunca se posicionaram, nunca nos apoiaram. É desonesto que o Sinteal diga, frente ao juiz, que sempre representou os professores contratados [monitores], quando toda a classe não considera o Sindicato como entidade representativa”, explica Charlene Barros.

Segundo ela, o termo "monitores" é pejorativo. "Nós queremos ser tratados como professores contratados porque cumprimos todas as obrigações pedagógicas, assinamos cadernetas. Monitor é um auxiliar de professor", disse Charlene.

Ainda de acordo com a professora, o movimento Monitor É Professor só tem força política, mas não possui representação jurídica. "Quando os profissionais se posicionam à frente da luta enquanto pessoa física sofrem retaliações por parte do Sinteal, comprometendo a estabilidade da carreira do professor contratado. É necessário que nós tenhamos representação jurídica , por isso propusemos a criação do sindicato da categoria”, argumentou Charlene Barros.

Ela diz ainda que os monitores somam 60% do quadro total de docentes da rede estadual de ensino, chegando a um total de 3.600 profissionais. Uma nova reunião de conciliação na 2º vara do trabalho ficou marcada para o dia 23 de agosto. 

Sinteal responde

A presidente do Sinteal, Maria Consuelo Correio, afirma que o Sindicato entrou na justiça contra a criação da nova entidade alegando "invasão de base". 

"O artigo segundo do nosso estatuto diz que o Sinteal representa todos os trabalhadores da educação municipal e estadual, então apesar de serem funcionários temporários, tem representação do Sinteal", declara Consuelo. 

De acordo com ela, os argumentos utilizados pelo grupo de professores monitores não são verdadeiros. "Eles querem criar o sindicato e vão afirmar essas inverdades. Documentos oficiais de pautas anteriores até a esse grupo, provam que nós temos dialogado com os governos,  sobre atrasos de salário por exemplo. Que nós fomos ao Ministério Público, em defesa da monitoria. Nós sabemos que é difícil a relação entre o governo e  trabalhador. É uma relação de trabalho precarizada e os Governos não tem compromisso com a educação, mais ainda com profissionais em contratos temporários", ressalta. 

Consuelo diz ainda que a proposta durante a audiência de conciliação foi para que que os monitores fossem agregados ao Sinteal, já que  há permissão do estatuto.

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