Polícia

Mistério do crânio encontrado por pescadores no interior de Alagoas é desvendado

TNH1 | 27/06/24 - 16h26
Foto: Reprodução

O mistério em torno de um crânio humano encontrado no fundo de um açude, no município de Mar Vermelho, no interior de Alagoas, pode estar perto do fim. Exames de Antropologia Forense e Odontologia Legal, realizados no Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió, apontam que o crânio, do sexo masculino, era usado para algum tipo de estudo e foi descartado de forma irregular no local.

A caixa óssea foi encontrada por pescadores no começo deste mês. Os habitantes da cidade ficaram intrigados sobre de quem seria e como ela foi parar na lago da praça central do município. O mistério aumentou ainda mais quando, nos levantamentos iniciais, não foi encontrado nenhum registro policial de desaparecimentos de pessoas na região.

A Polícia Científica de Alagoas foi acionada para entrar no caso e, após a perícia de local, o crânio foi recolhido para o IML de Maceió, ficando custodiado no Departamento de Identificação Humana, onde foi examinado pelo perito odontolegista Dr. João Alfredo Guimarães.

O exame confirmou que o crânio humano esqueletizado possui características morfológicas qualitativas do sexo masculino e está com todas as suturas cranianas presentes e evidentes.

O perito esclareceu que encontrou parafusos oxidados e perfurações feitas por parafusos, além de uma mola presa à mandíbula, que serviria para articular essa estrutura óssea com o crânio. “Não há lesões cranianas evidentes que forneçam indícios da causa da morte. Os parafusos e perfurações encontradas indicam que o crânio pudesse estar sendo utilizado para algum tipo de estudo”, explicou o Dr. João Alfredo Guimarães, no laudo emitido após a conclusão do exame.

A chefe do Departamento de Identificação Humana do IML, perita odontolegista Dra. Ana Paula Cavalcante Carneiro Nemésio, explicou que, sempre que uma ossada é apresentada para exame, o crânio é periciado pelo odontolegista. Por meio da avaliação pericial do crânio é possível a realização de estudos antropológicos que permitem a determinação do sexo e também estimativa da idade.

Com o propósito de uma possível identificação odontolegal, os arcos dentários também são examinados para comparação com dados odontológicos do indivíduo (dados de prontuários odontológicos produzidos por cirurgiões-dentistas em atendimentos clínicos e que seriam trazidos por familiares reclamantes da ossada ou crânio). Além disso, o perito odontolegista também faz a coleta de elementos dentários que servirão como amostra biológica para possível comparação genética, caso se faça necessário, para a identificação da ossada em estudo.

O laudo sobre o crânio encontrado já está disponível para o 105º Distrito Policial de Mar Vermelho. O resultado do exame irá subsidiar o inquérito policial que deve investigar quem usava o crânio para estudo e o descartou irregularmente no lago da praça.

Com informações da Polícia Científica de Alagoas*