Contextualizando

Ministro Barroso defende campanha pela descriminalização do aborto: “A sociedade não entende do que se trata”

Em 9 de Março de 2024 às 12:39

Dizendo-se “feminista de longa data”, Luís Roberto Barroso, ministro presidente do STF, defende que os direitos à liberdade sexual e reprodutiva das mulheres precisam ser conquistados no Brasil.

É o que explica a jornalista Catarina Rochamonte, no portal “O Antagonista”:

“O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu, nesta sexta-feira, 8 de março, dia Internacional da Mulher, a descriminalização do aborto e estimulou, nesse sentido, ativismo juvenil dos estudantes da PUC-Rio.

Descrevendo-se como um ‘feminista de longa data’, Barroso afirmou que os direitos à liberdade sexual e reprodutiva das mulheres precisam ser conquistados no país.

O ministro sofismou quando disse não concordar com a prisão de mulheres que tenham sido submetidas à interrupção da gravidez, uma vez que não há no Brasil mulheres presas por abortar. Nos últimos 20 anos, pouco mais de 40 mulheres foram processadas criminalmente por prática de aborto e todas elas responderam em liberdade.

Na aula magna na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), o ministro iluminado fez campanha para que o STF usurpe a competência do Congresso nesse assunto:

‘Essa campanha tem que ser difundida para que a gente possa votar isso no Supremo, porque a sociedade não entende do que se trata’, discursou.

Após a palestra, em conversa com repórteres, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a abordar a pauta da legalização do aborto na qual é reconhecidamente militante.

Com o ar de arrogância superior e afetada complacência daqueles que se arvoram detentores da razão contra aqueles que possuem alguma crença, Barroso disse compreender o ‘sentimento religioso das pessoas’ em relação ao aborto, mas frisou que a criminalização é uma medida que se mostra intransigente e arbitrária.

Na França, o presidente Emmanuel Macron participou de uma cerimônia para selar o aborto na Constituição. A cantora Catherine Ringer, escolhida para interpretar o hino nacional tirou licença poética para modificá-lo.

La Marseillaise cedeu ao feminismo. ‘Às armas, cidadãos’ foi trocado por ‘Às armas, cidadãos e cidadãs’. O trecho que diz ‘Qu’un sang impur abreuve nos sillons » (‘Que o sangue impuro regue nossos sulcos’) foi trocado por ‘chantons cette loi pure dans la Constitution » (‘cantemos essa lei pura da Constituição’).

Trocar a letra do hino pátrio para chamar de ‘lei pura’ a lei que torna o aborto um direito fundamental é o triunfo ideológico do jacobinismo mais desmedido.

É esse o iluminismo ao qual Barroso sistematicamente se refere e do qual se arroga portador: o iluminismo de Rousseau e Robespierre, que entronizou a deusa razão e disparou a guilhotina. É essa a luz que Barroso quer trazer à sociedade obscura e ignorante, que ele quer conduzir e moldar.”

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