"Minha Mãe é uma Peça 3", protagonizado pelo humorista Paulo Gustavo e lançado em 2019, foi o último longa-metragem produzido no Brasil a cruzar a marca. Com mais de 11 milhões de ingressos vendidos, é até hoje o título mais assistido na história do cinema brasileiro.

Guimarães celebra o feito. "Eu tinha receio dos números, que estavam fracos depois da pandemia. Venho de um cinema em que fazíamos quatro ou cinco milhões. Então fiquei apreensiva de que esse um milhão agora fosse um desejo distante. Mas sonhei muito", diz ela.

A conquista ocorre em meio à provável sanção presidencial da lei de cota de telas, que obriga exibidores de cinema a incluírem filmes brasileiros em sua programação com um número mínimo de sessões. A recriação da medida, que ficou em vigor entre 2001 e 2021, foi aprovada pelo Senado em dezembro e prorrogada até o fim de 2033.

Sem a cota não existe, praticamente todos os filmes nacionais ficam relegados a sessões anteriores às quatro da tarde, horário em que os cinemas ficam mais vazios.

"O êxito desse filme é um incentivo para o setor. A gente está resgatando o prazer do brasileiro de ir ao cinema. O filme dos Mamonas Assassinas também está fazendo uma carreira bonita. É a isso que a gente tem que se fiar. Se compararmos com os números antigos, a gente não vai para frente", afirma Guimarães.

Em 2023, o filme "Nosso Sonho", sobre a dupla de funkeiros Claudinho e Buchecha, foi a obra nacional mais vista, levando 521 mil pessoas às salas, mesmo com pouco tempo em cartaz. Outra estreia do final de ano, "Mamonas Assassinas - O Filme" também conquistou um público expressivo nesse começo de ano, passando da faixa dos 500 mil espectadores.