Militar suspeito diz que alvo de disparo eram assaltantes e motociclista atravessou na frente

Publicado em 24/09/2019, às 17h02
Suspeito deixa delegacia após prestar depoimento | Cortesia
Suspeito deixa delegacia após prestar depoimento | Cortesia

Por Redação TNH1

O cabo da Polícia Militar responsável pelo tiro que matou o motociclista Marcos Firmino dos Santos, de 34 anos, no último domingo, 22, em Cruz das Almas, vai ser indiciado por homicídio doloso. Ele se apresentou à polícia na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde desta terça-feira, 24, prestou depoimento e foi liberado em seguida. 

De acordo com a delegada Tacyane Ribeiro, que investiga o caso, o PM de 32 anos, que não teve o nome divulgado, fazia bico de segurança num estabelecimento comercial, quando percebeu um assalto a mulheres num ponto de ônibus na Avenida Gustavo Paiva e atirou contra os bandidos. Um dos disparos atingiu o motociclista que passava pelo local e ficou na linha de tiro.

A delegada confirmou que o suspeito vai responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, pois assumiu o risco quando atira a esmo numa avenida com grande movimentação de pessoas. Ainda segundo ela, está descartada a hipótese de que ele teria confundido Marcos com o assaltante. 

O suspeito contou que atirou cinco vezes contra os bandidos e que agiu para proteger as pessoas que estavam sendo roubadas. Uma delas, inclusive, teve a bolsa levada pelos criminosos e registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia. Ela deve ser ouvida pela polícia nos próximos dias.

Além de atingir Marcos, um assaltante foi acertado por um dos tiros durante a fuga. A arma de fogo usada na ação pertence a PM e já foi entregue para perícia. Ela vai passar por exame de balística.

A delegada também destacou que o suspeito disse que não fugiu após a morte de Marcos. Ele relatou que ficou de 20 a 30 minutos na avenida e acionou a polícia para os procedimentos cabíveis. Logo depois, deixou o local.

O cabo disse ainda que não percebeu que tinha atingido a vítima no início. Após observar Marcos no chão e toda a movimentação de populares, ele se aproximou e identificou o que tinha acontecido.

O inquérito vai ser encaminhado para a Corregedoria da PM e o militar pode entrar em licença. Ele não foi preso porque se apresentou voluntariamente.

Funcionários do estabelecimento e testemunhas já foram ouvidos pela delegada. Nesta quarta, 25, familiares vão prestar depoimento. 

O caso

No dia 22 de setembro, Marcos passava de moto pela Avenida Gustavo Paiva quando o segurança de um estabelecimento comercial disparou. O homem foi ferido na barriga e morreu antes da chegada do socorro, ainda na pista, no sentido Centro. O corpo dele foi sepultado um dia depois, em Maceió.

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