Uma criança de apenas dois anos de idade, identificada como Jackson Moisés Chagas, morreu na noite dessa quarta-feira, 14, depois de ter complicações ao engolir uma moeda de 10 centavos. A criança morava com a mãe em União dos Palmares e chegou a ser transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, mas não resistiu às complicações.
Em entrevista ao Fique Alerta, da TV Pajuçara/Record TV, nesta quinta-feira, 15, o avô de Moisés, José Ferreira, afirmou que uma médica do Hospital Regional da Mata, em União dos Palmares, teria sido negligente no atendimento ao menino.
"A mãe dele estava fazendo os deveres de casa, o menino estava no quarto. Tinha uma moeda em cima da cama, no quarto, o menino pegou a moeda e engoliu. Ele saiu espumando e ela o levou ao Hospital da Mata, de União dos Palmares. Chegando lá, passou uns 40 minutos sem ninguém atender a criança, uma doutora que estava lá teria dito que ia tomar café primeiro para depois atender a criança. Nisso tudo, minha menina gritando, dizendo que ele estava engasgado. Uma pessoa que estava lá, talvez uma assistente social, disse: 'A senhora tem que atender a criança agora, o menino está engasgado'. Foi quando ela (médica) parou e foi resolver o problema da criança. Chegando lá, não conseguiu tirar a moeda", relatou seu José, continuando em seguida.
 Foto: Carla Cleto / Sesau |
"Depois deu umas duas paradas no menino, um tempo depois, e ela (médica) nada de resolver o problema. Porque ela não sabia resolver o problema. Se ela não soubesse resolver o problema, qual era o dela? Transferir a criança para Maceió. Se tivesse feito, acredito que isso não teria acontecido. A transferência aconteceu quase 24 horas depois. Fomos a Maceió às 16h20 da terça-feira, que foi quando o helicóptero foi pegar o menino, que já estava naquela situação. Chegando aqui, o médico foi rápido para tirar, no instante tiraram a moeda. Por que ela, se não tinha condição de tirar, não transferiu logo para Maceió?", questionou.
Segundo o avô, o neto já estava desacordado nesse período. "Teve vezes que reanimaram a criança, mas nada teve efeito para que ele reagisse. Começaram a dar medicamento, mas ele começou a não aceitar mais o medicamento. Não mais reagia. Os médicos falaram que foi algum problema por motivo do atraso no atendimento da criança. A médica que foi negligente em União dos Palmares. Se ela procurasse mandar logo rápido para Maceió, tinha resolvido esse problema. O menino não estaria hoje no IML", lamentou seu José.
O TNH1 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), responsável pela gestão do Hospital Regional da Mata, para saber explicações sobre as acusações feitas pelo avô da criança. Leia a nota enviada pelo hospital.
"NOTA DE ESCLARECIMENTO - Atendimento Pediátrico
A Direção do Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, esclarece que abrirá um procedimento interno para apurar as circunstâncias do atendimento prestado ao paciente J. M. C., de 2 anos, que foi encaminhado pela família depois de engolir uma moeda em sua residência. Ressalta que, conforme o Prontuário Médico, todos os procedimentos necessários para resguardar a vida do paciente foram adotados, entretanto, por necessitar de atendimento de Alta Complexidade, foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, onde evoluiu para óbito devido a choque irreversível e hipoxemia, mesmo depois de receber assistência especializada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica da maior unidade hospitalar do Estado e de ter sido submetido a uma endoscopia, onde a moeda foi retirada do esôfado, por meio de sonda magnética".
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) informou que foi acionado às 14h9 dessa terça-feira, 13, para transferir uma criança que estava internada no Hospital Regional da Mata, no município de União dos Palmares, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Geral do Estado (HGE) em Maceió, devido a complicações clínicas por ter ingerido uma moeda. O Samu confirmou que o menino engoliu a moeda na segunda-feira, 12.
"A criança, de sexo masculino, dois anos, foi intubada, sedada e depois encaminhada para o HGE pelo Serviço Aeromédico (Falcão 5), com apoio de uma equipe de Unidade de Suporte Avançado (USA – UTI móvel)", diz a nota do Samu.
