O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas e a Associação Brasileira de Combate à Meningite (ABCM) realizaram uma reunião online, nessa quinta-feira (5), para discutir detalhes sobre as condições de vida dos sobreviventes da Doença Meningocócica no Brasil e reforçar a luta pela inclusão da vacina contra o meningococo tipo B no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
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A entidade, sediada em Belo Horizonte (MG), já tem bastante informações sobre as muitas dificuldades enfrentadas pelas famílias dos sobreviventes dessa doença que tem uma alta taxa de letalidade e que deixa sequelas em um terço dos doentes que sobrevivem.
Preocupado com a elevada taxa de letalidade da doença em Alagoas e os desafios no diagnóstico, o procurador Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), Bruno Lamenha, promoveu o encontro que contou também com a participação de Suelen Caroline Rosalino, presidente da ABCM, Marcos Aurélio, advogado da associação, e Luana Teixeira, diretora social e responsável pelo acompanhamento dos sobreviventes.
Durante a reunião, destacou-se o trabalho desempenhado pela ABCM na esfera política, buscando sensibilizar parlamentares sobre a importância da aprovação do Projeto de Lei nº 1.286/2023, que visa à inclusão da vacina contra o meningococo tipo B no PNI. A vacina, já adotada em países como Alemanha, França e Reino Unido, é vista como essencial para prevenir a doença em Alagoas, cuja situação é tão grave quanto ou mais do que a de outros países que já implementaram a imunização.
Também recebeu bastante atenção de Bruno Lamenha os projetos apresentados pela associação. Além da orientação jurídica e do apoio psicológico que oferece aos sobreviventes e seus familiares, com atendimentos presenciais e online, a associação está preparando o primeiro evento que pretende dar visibilidade aos sobreviventes e suas lutas.
Além disso, o projeto “Escola Imunizada” já está sendo implantado e visa conscientizar e certificar escolas participantes, tornando-as parceiras na fiscalização da carteira de vacinação e esclarecendo sobre as vacinas disponíveis no SUS e na rede privada.
A associação declarou o interesse em expandir o projeto para Alagoas e pediu a parceria do MPF na empreitada. O procurador da República disponibilizou-se a participar e colaborar com os projetos.
"Temos buscado diálogo com diferentes atores, inclusive da sociedade civil, na discussão sobre as políticas públicas de enfrentamento da meningite. O trabalho da ABCM de dar voz às famílias vitimadas pela doença meningocócica no país é de grande importância para que se compreenda a dimensão real da questão e reforça a atualidade do debate sobre a viabilidade e a necessidade da introdução da vacina contra meningite B no calendário nacional do SUS", comentou Bruno Lamenha, procurador regional dos direitos do cidadão.
Ao final do encontro, ficou acordado que o MPF e a ABCM irão trocar as informações já obtidas até o momento, fortalecendo ainda mais a colaboração entre as instituições, unindo esforços pela implantação da vacina no Brasil e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes da Doença Meningocócica em Alagoas.
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