Médicos e diretores de clínicas de Alagoas são investigados em desvio de verba do SUS

Publicado em 13/06/2017, às 11h41

Por Redação

Médicos e diretores de clínicas de oftalmologia estão entre os presos e os investigados na Operação Hoder, da Polícia Federal de Alagoas, em combate a desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

A informação é do superintendente regional da PF, Bernardo Gonçalves de Torres, que confirmou em entrevista coletiva na sede da corporação em Maceió a prisão de três pessoas, uma delas em um condomínio de luxo na Barra Nova, em Marechal Deodoro. Um mandado de prisão temporária ainda não foi cumprido.

A operação foi realizada em Marechal, Maceió, Itabaiana (SE), Brumado (BA) e Goiânia (GO), onde 10 pessoas são investigadas pelo crimes de organização criminosa, estelionato qualificado e lavagem de dinheiro.

Segundo a investigação da PF, o esquema ocorria no momento do diagnóstico do paciente e prescrição de medicamentos. As empresas envolvidas na fraude diagnosticavam glaucoma em pessoas sadias, conforme a PF.

Índice de diagnósticos em mutirão extrapola limite da OMS

Um dos pacientes, um homem de 32 anos, foi identificado como a doença em 2015, em um mutirão na Barra de Santo Antônio. Ele foi periciado e a doença foi descartada.

Nesse mutirão, de 190 pacientes avaliados, 75 foram diagnosticados com glaucoma, índice que supera as taxas da Organização Mundial de Saúde. Pesquisas apontam que de 2% a 3% da população com mais de 40 anos pode ter a doença. 

Veja vídeo:

Os envolvidos também prescreviam mais remédios que o necessário. A PF citou como exemplo a indicação de remédios de terceira geração, que custam em média 10 vezes mais que o colírio de primeira geração, e ainda a prescrição de três colírios, quando o paciente só recebia dois, com a justificativa de que o medicamento estava em falta.

O excedente era revendido a pacientes de clínicas particulares ou usuários de plano de saúde.

Investigação

O inquérito foi instaurado em 2016, com base em uma ação policial que investigava fraudes em clínicas de oftalmologia. Mesmo com as investigações, a quadrilha continuou atuando.

Foram realizadas buscas em cinco empresas, sendo três em Alagoas, nas cidades de Arapiraca, Penedo e Maceió.

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