Maceió

Medico Legista diz que paciente de clínica de reabilitação não foi espancado nem violentado

João Arthur Sampaio | 12/09/24 - 12h33
Arquivo pessoal

O médico legista responsável pela necropsia do corpo de Dionísio Souza da Silva revelou à Polícia Civil de Alagoas a causa da morte do homem de 54 anos, que aconteceu na última terça-feira (10). A informação foi divulgada pela delegada Rosimeire Vieira, responsável pela investigação, nesta quinta-feira (12).

Segundo o legista, Dionísio teve uma morte clínica, causada por um estado avançado de cirrose hepática, o que também explicaria os hematomas espalhados pelo corpo do paciente. Além disso, o médico também descartou a possibilidade de abuso sexual, alegando que não existiam evidências.

O homem estava internado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Tabuleiro do Martins, parte alta de Maceió, após ser socorrido no sábado (07), quando estava internado em uma clínica de reabilitação da capital. Ele tratava do alcoolismo há cerca de 30 dias, vício que durou 38 anos, segundo a família.

Informações conflitantes

A família de Dionísio denunciou que ele teria sido vítima de agressões e de abuso sexual dentro da clínica de reabilitação. Durante a avaliação do paciente na UPA, de acordo com o boletim, foram notadas marcas evidentes de agressão física, maus tratos e abuso sexual. 

Ele estava com ferimentos grandes no quadril e nas pernas, além de outras partes do corpo. A vítima ainda apresentava dilatação do ânus, com “secreção sanguinolenta”. Dionísio teve uma parada cardíaca e morreu às 1h51 de terça.

Caso ainda em investigação

A polícia iniciou o trabalho investigativo nessa quarta (11) e a equipe já esteve nas dependências da clínica para conversar com os responsáveis, que ainda serão ouvidos formalmente na sede policial. 

À clínica foi solicitado o prontuário médico do paciente, o quadro clínico, como foi o período de internamento, quem estava no plantão no dia, com quem dividia o quarto, entre outros questionamentos.

O outro lado

À TV Pajuçara, a clínica informou que não houve nenhuma violência contra o paciente. O proprietário disse que a unidade fazia o “trabalho correto e de assistência ao paciente”. 

Ainda foi repassado que a vítima apresentava um estado avançado de hepatite B, anorexia e cirrose. 

Por sua vez, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclareceu que está acompanhando a situação de perto e permanece em contato com a família do paciente, prestando o devido suporte. “A família fez o boletim de ocorrência para apuração dos fatos e a SMS continuará monitorando a situação”, traz a nota oficial.