Em meio aos desafios enfrentados pelos trabalhadores diariamente, a exposição ao calor intenso emerge como uma preocupação crescente. Com o aumento das temperaturas em diversas regiões, profissionais que passam longas horas sob o sol estão sujeitos a uma série de riscos à saúde.
LEIA TAMBÉM
Durante o verão, por exemplo, profissionais que trabalham ao ar livre como ambulantes, trabalhadores da área de turismo, policiais, guardas civis, entre outros, podem enfrentar sensações térmicas acima de 40ºC. Gustavo Cardoso, médico do trabalho e Gerente Médico da BR MED, empresa de saúde corporativa, dá dicas sobre como se proteger do calor excessivo, além de medidas que podem ser adotadas pelos empregadores para amenizar os danos aos colaboradores.
A exposição prolongada ao calor pode resultar em diversos problemas de saúde, desde desconforto leve até condições graves. Entre os efeitos mais comuns estão a desidratação, exaustão por calor e, em casos extremos, insolação. Colaboradores que trabalham ao ar livre correm maior risco de enfrentar essas condições adversas. “A empresas e organizações devem adotar medidas de prevenção, de modo que a exposição ocupacional ao calor não cause efeitos adversos à saúde do trabalhador”, afirma o médico Gustavo Cardoso.
Há certas medidas de proteção que não podem ser esquecidas como a hidratação adequada: “manter-se hidratado é crucial. Os trabalhadores devem consumir água regularmente, mesmo quando não sentirem sede, para prevenir a desidratação”, explica. Utilizar roupas leves e de cores claras também ajudam a refletir a luz solar, minimizando a absorção de calor. Bonés ou chapéus com abas largas também são recomendados para proteger o rosto e o pescoço.
Outras ações importantes para abrandar o calor incluem programar pausas frequentes, especialmente nos horários mais quentes do dia. Essa ação permite que os trabalhadores se recuperem e evita o esgotamento. Outra ação que pode ajudar a amenizar os efeitos das altas temperaturas é criar áreas de sombra nos locais de trabalho, sempre que possível. “Sabemos que tem ocupações nas quais o formato e a rotina impossibilitam a disponibilização de abrigos temporários para os trabalhadores, mas se o formato permitir, é importante que os empregadores ofereçam um refúgio mesmo que temporário contra o sol escaldante”, diz.
Educar os trabalhadores sobre os perigos do calor, reconhecimento dos sinais de problemas relacionados à alta temperatura e a importância da segurança pessoal também é fundamental e é um direito assegurado por lei. Segundo a Norma Regulamentadora (NR) nº 09 do Ministério do Trabalho, a organização deve adotar medidas de prevenção, de modo que a exposição ocupacional ao calor não cause efeitos adversos à saúde do trabalhador. “Isso inclui orientações referentes aos fatores que influenciam os riscos relacionados à exposição ao calor; distúrbios relacionados às altas temperaturas, com exemplos de seus sinais e sintomas, tratamentos, entre outros; medidas de prevenção relacionadas à exposição ao calor, de acordo com a avaliação de risco da atividade, além de condutas orientadas no caso de uma emergência”, explica o profissional. Além disso, as empresas são responsáveis por garantir o bem-estar dos funcionários, fornecendo Equipamentos de Segurança Individual (EPIs) contra o calor, como bonés, chapéus e filtro solar.
+Lidas