Um dos médicos denunciados pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), na última segunda-feira (20), por associação criminosa, exercício ilegal da Medicina, estelionato, falsidade ideológica e coação, chamou atenção do promotor de Justiça Guilherme Diamantaras por ter uma espécie de 'cola' sobre como proceder no atendimento aos pacientes.
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Raymundo Fagner Farias Novais dos Santos, Walmir Novais dos Santos Sobrinho e José Dênis Moura de Araújo Filho são os médicos denunciados, mas só o primeiro possui CRM válido no Brasil. Os outros dois são formados na Bolívia e não tinham os documentos necessários para atuar no País, entre eles, o Revalida. Eles prestavam serviços em unidades públicas de saúde em Major Izidoro e Piaçabuçu, interior de Alagoas.
De acordo com o MP, Walmir Novais tinha informações sobre as doenças no bloco de notas do celular. “Para que se possa mensurar o despreparo e ausência de aptidão técnica de Walmir Novais, em consulta aos dados de seu aparelho telefônico, diante de autorização concedida por ele próprio na presença de seus advogados, no bloco de notas de seu Iphone há uma série de anotações de como se proceder diante de várias patologias. Num linguajar vulgar, ele fez o que se chama de ‘cola’ para cada doença ou anormalidade apresentada pelo paciente na ocasião do atendimento”, revela a denúncia do Ministério Público.
“No decorrer de sua trajetória criminosa, a diretora da unidade hospitalar izidorense começou a desconfiar de sua postura como profissional da medicina, passando a receber reclamações dos técnicos de enfermagem, no sentido de que o impostor prescrevia uma quantidade excessiva de soro, além de submeter as crianças acometidas de febre alta apenas a procedimento de compressa”, continua a ação.
Profissional usava a inscrição do pai
O outro médico, José Dênis, responde pela mesma acusação que o colega Walmir. “Vinha atuando em diversos hospitais do Estado de Alagoas, e trabalhou como médico plantonista nos referidos hospitais de Major Izidoro e Piaçabuçu, utilizando-se da inscrição de seu pai, José Dênis Moura de Araújo, e assinando diversas fichas de atendimento com o carimbo de seu genitor e falsificando a assinatura. E é de bom alvitre consignar que, no cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão, foi apreendido com o acusado um carimbo com o nome e inscrição no CRM de seu pai”, alega Diamantaras.
O TNH1 conseguiu contato com o advogado Helder Pereira Lopes, que defende os médicos Raymundo Fagner e Walmir Novaes, mas ele disse que não pode fazer qualquer manifestação sobre o assunto, porque o processo corre em segredo de Justiça. O advogado de José Dênis ainda não foi localizado.
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