O deputado federal Marx Beltrão (PP/AL) é considerado integrante da bancada governista na Câmara, mas neste início de ano vem demonstrando independência em relação a alguns temas.
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Por exemplo: agora está cobrando providências imediatas do governo federal para diminuir os preços dos alimentos, que têm reflexo direto na inflação.
O parlamentar apresenta dados quanto a isso, ao revelar informação do IBGE: de 2020 a 2024 os custos da alimentação consumida nos domicílios aumentaram em 49%.
Argumenta Marx Beltrão:
"O café está num preço histórico de alta, a picanha virou artigo de luxo e o povo está sofrendo para colocar comida na mesa. Promessa não enche barriga, e o básico para sobreviver está custando caro demais”.
Pesquisas realizadas por diversos institutos revelam que a alta dos preços, inclusive alimentos, é uma das causas da queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nessa sua terceira passagem pelo Palácio do Planalto, inclusive aqui no Nordeste, região onde o PT sempre se dá bem eleitoralmente.
“A Câmara dos Deputados não se furtou e vem apoiando todas as demandas que considera justas e que partem da equipe econômica do governo. Ou seja, a Câmara está fazendo sua parte. Quem não está fazendo é o governo, sem ação diante do aumento em disparada do preço da comida. Faço uma cobrança responsável, não uma crítica sem propósito. Está faltando ação efetiva e o povo não aguenta mais”, alega Marx.
O parlamentar alagoano faz, entretanto, uma ponderação:
“Só que o problema não acontece de hoje e algo concreto e efetivo, repito, concreto e efetivo, precisa ser feito. E não para hoje, para ontem”.
Um histórico da chamada “inflação dos alimentos” nos últimos quatro anos comprova a assertividade da cobrança de Marx Beltrão. De janeiro de 2020, pouco antes do início da pandemia, até 2024, a alimentação no domicílio ficou quase 49% mais cara, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse grupo entram todos os alimentos e bebidas comprados em supermercados, mercearias e demais tipos de comércio, para consumo em casa.
A categoria de cereais, leguminosas e oleaginosas (como arroz, feijão e outros) subiu pouco mais de 85% desde janeiro de 2020. Legumes, tubérculos e raízes (batata, cebola, tomate, cenoura, pimentão e outros) ficaram ainda mais caros, com alta média acima de 97% no mesmo período – ou seja, praticamente dobraram de preço. O ovo, mesmo sendo a proteína mais em conta, não escapou: o preço médio deu um salto de 46% nesses quase quatro anos.
Já as hortaliças e verduras ficaram 84% mais caras. As frutas, 91%. Carnes e pescados ficaram respectivamente 15% e 17% mais caros. “A Câmara dos Deputados não se furtou e vem apoiando todas as demandas que considera justas e que partem da equipe econômica do governo. Ou seja, a Câmara está fazendo sua parte. Quem não está fazendo é o governo, sem ação diante do aumento em disparada do preço da comida. Faço uma cobrança responsável, não uma crítica sem propósito. Está faltando ação efetiva e o povo não aguenta mais”, reiterou Marx.
A inflação que incide sobre esses itens preocupa a cúpula do Executivo, já que é apontada como uma das razões de impopularidade do terceiro mandato de Lula. As ações que o governo pode lançar mão, entretanto, são limitadas. O governo anunciou que vai reduzir o imposto de importação de alimentos se for necessário e descartou medidas heterodoxas, como o tabelamento de preços. “Só que o problema não acontece de hoje e algo concreto e efetivo, repito, concreto e efetivo, precisa ser feito. E não para hoje, para ontem”,
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