A Marinha divulgou nota em que detalha como a investigação conjunta com a Polícia Federal chegou a um navio grego como possível responsável pelo derramamento do petróleo encontrado em praias de todo o Nordeste, desde o início de setembro.
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De acordo com a Marinha, a investigação partiu de um estudo da influência das correntes oceânicas e análise do tráfego marítimo. Por meio de geointeligência e análise química dos resíduos encontrados, estudos realizados pelo Centro de Hidrografia da Marinha, universidades e instituições de pesquisa possibilitaram a determinação de uma área inicial de possível ocorrência do descarte de óleo.
A partir dessa área inicial, e com dados sobre o tráfego marítimo obtidos pelo Centro Integrado de Segurança Marítima (Cismar), a Marinha chegou a um número de 1100 navios, havendo, posteriormente, um refinamento para 30 navios-tanque.
Paralelamente, a Polícia Federal identificou uma imagem de satélite do dia 29 de julho de 2019, relacionada a uma mancha de óleo, localizada 733,2 km a leste do estado da Paraíba. Essa imagem foi comparada com imagens de datas anteriores, em que não foram identificadas manchas.
Ainda conforme a nota, o óleo coletado nas praias do litoral nordestino foi submetido a análises em laboratórios que constataram ser originário de campos petrolíferos da Venezuela. Foi verificado ainda carga, porto de origem, rota de viagem e informações dos armadores, em relação ao navio suspeito.
Dos 30 navios identificados, um navio-tanque de bandeira grega estava na área de surgimento da mancha na data considerada, transportando óleo cru proveniente do terminal de carregamento de petróleo “San José”, na Venezuela, com destino à África do Sul. "Imagens satelitais, associadas aos dados acima, apontam esse navio como o principal suspeito", afirma a Marinha.
Foto: Reprodução/Barcos no Rio Sado |
A embarcação investigada na Operação Mácula, é o NM Bouboulina, um navio petroleiro de bandeira grega, de propriedade da Delta Tankers LTD, cujo agente marítimo em 2019, foi a empresa Lachmann Agência Marítima, ambas com endereço no Rio de Janeiro/RJ.
A embarcação foi construída em 2006. Ele tem 274 metros e comprimento e uma capacidade de carga de mais de 163 mil toneladas.
O acompanhamento do Cismar mostrou, ainda segundo a nota, que o navio manteve seus sistemas de monitoramento alimentados e não houve qualquer comunicação à autoridade marítima do Brasil sobre o derramamento.
Durante a investigação, também foram avaliados navios que não transmitiam seus sistemas de localização, conhecidos como “Dark Ships” (navios piratas). Entretanto, após verificação de imagens de satélite, não foram correlacionados à ocorrência.
"As investigações prosseguem, visando identificar as circunstâncias e fatores envolvidos nesse derramamento (se acidental ou intencional), as dimensões da mancha de óleo original, assim como mensurar o volume de óleo derramado, estimar a probabilidade de existência de manchas residuais e ratificar o padrão de dispersão observado", diz a Marinha.
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