A presidenciável Marina Silva (Rede) sinalizou nesta terça (17) que não pretende abrir mão da cabeça de chapa em uma eventual composição com o PSB, do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, mas não negou o diálogo em uma campanha que prometeu conduzir franciscanamente.
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"Até chamei minhas amigas para fazer um brechó para ver se renova o guarda-roupa da candidata", disse à imprensa, após encontro com investidores organizado pelo Banco Santander, em São Paulo.
Questionada se aceitaria ser vice de Barbosa, Marina falou que está determinada a continuar defendendo o legado de 2010 e 2014, sem negar o diálogo com "aqueles com quem caminhou junto em 2010 e 2014" -o que, portanto, inclui o PSB.
"Continuamos o processo de diálogo, sem que isso implique necessariamente que se tenha de abrir mão da candidatura", disse ela, ao ressaltar que respeita a dinâmica interna do PSB.
Em momentos de trevas que estamos vivendo, afirmou, "quanto mais estrelas no céu mais claro pode ficar o caminho".
Marina disse que os quase 20% de intenção de voto colhidos no último Datafolha em cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um registro de um momento. "Ainda há um período grande para avaliação da sociedade", ponderou.
LULA
Segundo Marina, Lula cumpre pena em virtude de erros, mas é preciso respeito e uma atitude de não "canibalizar votos".
Ela fez questão de acenar ao eleitor lulista, ao se dizer atenta aos mais pobres e frágeis. "Precisa parar com mania de privatizar o voto das pessoas. O foco é como fazer para país voltar a crescer."
Favorável à prisão em segunda instância, Marina ressaltou ser preciso que se avance no fim do foro especial.
"Isso criou uma clara injustiça: os que têm prerrogativa de foro ficam impunes e os que não têm, corretamente, pagam pelos seus erros", disse.
Segundo ela, há em torno de 200 investigados entre senadores e deputados, isso sem falar "naqueles escondidos dentro do Palácio do Planalto".
GOVERNABILIDADE
Marina Silva disse ainda que uma das preocupações da plateia presente ao evento fechado foi a governabilidade de seu governo.
Segundo ela, a Rede vai conseguir governar aliada à força da opinião pública e, com base em seu programa de governo, vai compor o governo e a maioria no Congresso.
Ela citou ainda alianças com o que chamou de "núcleos vivos da sociedade" como o Acredito, Brasil 21, Agora e Frente Favela.
Marina disse também que não aprova a reforma da Previdência como foi desenhada inicialmente, mas que ela precisa ser feita.
"O autor do desenho é o principal problema porque o presidente [Michel] Temer (MDB) não tem credibilidade alguma."
Para ela, há muita gente que não está disputando as eleições, mas um salvo conduto, uma "espécie de habeas corpus", disse, sem citar nomes.
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