O Ministro da Justiça, Flávio Dino, recebeu um pedido oficial para que, de forma urgente, sejam tomadas providências para reverter a promoção concedida aos PMs Jilfran Santos Batista, Ariel Oliveira Santos Neto e Gustavo Angelino Ventura. Os três são réus pela morte do empresário arapiraquense Marcelo Leite e respondem pelos crimes de homicídio e fraude processual. Os PMs subiram de patente e se tornaram sargentos do 3° Batalhão da Polícia Militar, que também fica na cidade de Arapiraca, em agosto deste ano.
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O pedido foi feito pelo senador Rodrigo Cunha, nesta quarta-feira (13). Em um vídeo divulgado nas redes sociais (veja abaixo), Cunha justifica o pedido dizendo que os PMs cometeram vários crimes. O senador também tratou como "recompensa" a recente promoção dos envolvidos na morte do empresário.
"A morte do empresário Marcelo Leite, que foi vitimado de um tiro de fuzil efetuado por um membro da força pública, no dia 14 de novembro de 2022, em Arapiraca, agreste alagoano, segue até a data de hoje sem a devida solução. Dentre os crimes cometidos, estão o de homicídio; denunciação caluniosa e fraude processual por mudança intencional da cena do crime. Quatro policiais são réus. Enfim, o que deveria ter sido um encontro com agentes responsáveis pela proteção da sociedade acabou se transformando em um evento trágico e sombrio. A notícia que nos traz aqui hoje é ainda mais dolorosa: policiais investigados por suposta participação na morte de Marcelo acabam de serem promovidos pela Polícia Militar de Alagoas. É revoltante permitir que, enquanto a família de Marcelo clama por justiça, a sociedade alagoana se depara com um cenário em que os indivíduos acusados de destruir vidas e famílias são recompensados com promoções e reajustes salariais. Isso não é apenas uma questão de procedimentos burocráticos; é uma questão de integridade moral e ética. Marcelo Leite não está mais entre nós para defender sua inocência, para clamar por justiça. Por isso, é nosso dever, como sociedade, somarmos forças para que a busca por verdade e justiça não seja abandonada. A impunidade é o principal combustível da violência. Não podemos permitir que este crime que vitimou Marcelo fique impune. Nós queremos justiça, verdade e para que tragédias como essa não se repitam. Vale ressaltar que os homens e mulheres da segurança pública, em sua grande maioria, são agentes da segurança e promotores do bem-estar coletivo. São trabalhadores e trabalhadoras que colocam sua vida e de suas famílias em risco para defender nossa sociedade. São funcionários públicos que merecem aplausos. Porém, como em todo meio, há os bons e os maus profissionais. E os maus, que são minoria, merecem punição, e não promoção. Deste modo, solicitamos a urgente adoção de medidas que revejam a promoção concedida aos militares envolvidos, investigados e réus pelo crime cometido contra Marcelo Leite", disse o senador.
A reportagem do TNH1 entrou em contato com a defesa dos PMs, e aguarda um posicionamento para acrescentar na matéria.
Promoção de três PMs envolvidos na morte do empresário - A promoção dos PMs Jilfran Santos Batista, Ariel Oliveira Santos Neto e Gustavo Angelino Ventura dentro da corporação foi divulgada pelo próprio batalhão, em uma publicação (veja abaixo) feita em uma rede social no último sábado (25). Na publicação, os três PMs, que anteriormente eram cabos, agora foram alçados ao posto de 3° Sargento. Eles já são réus pela morte do empresário Marcelo Leite.
A morte de Marcelo Leite - O empresário Marcelo Leite foi atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem policial na cidade de Arapiraca no dia 14 de novembro do ano passado. O disparo foi efetuado por um militar do 3º Batalhão da PM. Marcelo morreu no dia 05 de dezembro, em um hospital em São Paulo para onde foi transferido.
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