por Edson Moura
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Desde a última segunda-feira, dia 03, toda gasolina importada ou produzida no Brasil deve atender à novas exigências de qualidade prevista na resolução 807/2020 da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Na teoria, toda gasolina vendida no Brasil deverá ter, a partir de agora, uma qualidade melhor que a atualmente comercializada.
Com as novas especificações, a expectativa é que a gasolina brasileira se aproxime da qualidade de outros países, proporcione melhor rendimento dos motores e fique mais difícil de ser adulterada.
Mas nada é para já. A obrigatoriedade da nova gasolina ser comercializada nos postos só começa efetivamente no dia 03 de novembro, 90 dias após o início da validade da resolução, isso porque os postos e as distribuidoras ainda possuem estoque da gasolina antiga.
O problema é que segundo a própria Petrobras, visualmente não há como identificar a “nova gasolina”, já que ela a olho nu é igual a antiga, inclusive não traz nem nomenclatura específica. Ou seja apenas testando é possível saber se a gasolina é nova ou velha.
Mesmo assim a ANP garante que após os 90 dias de adequação, a empresa que for flagrada vendendo gasolina antiga estará sujeita a processo administrativo, inclusive com pagamento de multa de R$ 20 mil a R$ 5 milhões.
O que muda tecnicamente?
A nova gasolina à venda no Brasil deve ter massa específica mínima de 715 kg/m³ e octanagem de pelo menos 92 octanas de acordo com a metodologia RON (que mede a resistência a detonação em giro baixo). A atual tinha 5 octanas a menos e o Brasil só tinha limites para a octanagem do topo MON (calculada com giro alto) e para o IAD (Índica Antidetonante), que é uma média dos dois.
Segundo Henry Joseph Junior, diretor da Anfavea, a definição de octanagem RON facilita o ajuste dos novos motores, que hoje saem de fábrica com uma grande folga para reduzir o risco de quebra por detonações fora de hora. “Na medida em que começa a confiar que ai ter uma octanagem melhor, começa a fazer motores com desempenho melhor.”
A octanagem mínima de 92 já é adotada na Europa, assim os modelos importados de lá serão mais facilmente adaptados ao uso no Brasil.
A segunda fase da regulamentação prevê que esse valor mínimo de octanagem passe para 93 a partir de janeiro de 2022. Mas a Petrobras garante que já está produzindo com essa octanagem.
Por outro lado, o percentual de etanol anidro foi mantido em 27% para as gasolinas comum e aditivada e em 25% para a gasolina premium. Ou seja a nossa nova gasolina não vai ser tão pura quanto a vendida em outros países.
Octanagem maior, preço também
Mesmo com os benefícios, as novas exigências vão encarecer o valor do litro do combustível. Algumas importadoras já relatam que estão pagando até R$ 0,07 a mais por litro da “nova gasolina”
E como sabemos o preço do barril de petroleo é internacional e varia conforme o humor do mercado ou problemas com os países produtores.
Em resumo, vai ficar mais cara mesmo na bomba.
Tipos da Gasolina Brasileira
Segundo a ANP, as gasolinas automotivas no Brasil são classificadas em:
I – gasolina A comum: combustível produzido a partir de processos utilizados nas refinarias, nas centrais de matérias-primas petroquímicas e nos formuladores, destinado aos veículos automotivos dotados de motores de ignição por centelha, isento de componentes oxigenados;
II – gasolina A premium: combustível de elevada octanagem, produzido a partir de processos utilizados nas refinarias, nas centrais de matérias-primas petroquímicas e nos formuladores, destinado aos veículos automotivos dotados de motores de ignição por centelha cujo projeto exija uma gasolina com maior octanagem, isento de componentes oxigenados;
III – gasolina C comum: combustível obtido a partir da mistura de gasolina A comum e de etanol anidro combustível, nas proporções definidas pela legislação em vigor; e
IV – gasolina C premium: combustível obtido a partir da mistura de gasolina A premium e de etanol anidro combustível, nas proporções definidas pela legislação em vigor;
Vídeos
Sábado ao meio-dia na Tv Pajuçara a gente explica mais sobre a nova gasolina, confira alguns vídeos já produzidos pelo nosso jornalismo:
Reportagem: Edson Moura com agências
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