Mãe ajudou a destruir provas que ligavam filhos à morte de auditor fiscal, diz PC

Publicado em 29/08/2022, às 08h56
Reprodução
Reprodução

Por TNH1 com TV Pajuçara

O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, destacou, em entrevista à TV Pajuçara, que a mulher identificada como Selma, presa nesta segunda-feira, 29, por envolvimento na morte do auditor fiscal João de Assis, teria limpado o sangue da vítima no depósito e ajudado os filhos no momento em que o corpo e o carro da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL) foram abandonados em Maceió. 

De acordo com Xavier, Selma tem participação no crime por tentar apagar os vestígios. "Ela confirma que limpou, que cometeu a fraude processual, tirou todo o sangue que estava no estabelecimento. Ela não confirma a participação direta no ato executório, e nós sabemos que os filhos retiraram o equipamento que gravavam as imagens do depósito. A Selma também confirma a participação dos dois filhos, sendo que um deles já está preso e outro foragido. Estamos em contato com a defesa desse foragido para que ele se apresente o mais rápido possível", destacou o delegado-geral.

"A mãe conduziu o carro Voyage no momento em que o veículo da Fazenda era deslocado até o canavial para ser deixado lá. Houve também a utilização do veículo Montana, onde a vítima foi colocada e deslocada para ser incinerada e ter o corpo carbonizado", continuou Gustavo Xavier.

Ainda segundo o delegado, o homem que ainda está foragido tem passagem pela polícia por roubo e homicídio. "O irmão que está preso e a mãe tentam tirar ele da cena do crime, pois é o único filho com passagem pela polícia. A família diz que ele está isento", revelou.

"A perícia, de início, apesar do laudo não ter sido confeccionado, mas em conversa informal, nos passou que houve fratura de fêmur, e em ossos do crânio... Então acreditamos que a vítima foi morta por espancamento", acrescentou Xavier.

A polícia afirmou ainda que vai investigar um suposto envolvimento da família em crimes de receptação. "Nós faremos uma investigação em conjunto com o Gaesf - Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens do Ministério Público Estadual - quanto à sonegação fiscal, compra de carga roubada, receptação... Eles têm histórico voltado a isso, aquisição de diversos imóveis, empreendimentos... Só no nome do foragido são nove veículos. Temos indícios suficientes de que eles trabalham adquirindo bebidas, equipamentos, tudo advindo do crime de receptação", disse o delegado.

O caso - O corpo do auditor fiscal João de Assis foi localizado carbonizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, e o veículo da Sefaz, que João dirigia, foi encontrado em uma região de canavial, perto da rodovia AL-405. Um homem foi preso e o irmão dele segue foragido.

O delegado Thales Araújo, coordenador da Gerência de Inteligência Policial (Ginpol) da Polícia Civil, informou que a morte foi decorrente de uma desavença com dois comerciantes, após o auditor ter flagrado irregularidades no estabelecimento comercial do suspeitos, localizado no Tabuleiro do Martins. 

Gostou? Compartilhe