No último dia 10, dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) - Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso - votaram favoráveis à descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal. Os votos alimentam o debate em andamento, que ainda terá um longo e polêmico caminho antes de qualquer aprovação.
Esta semana, o juiz da 1ª Vara Criminal da Capital da Infância e Juventude, Ney Alcântara, falou sobre o assunto em entrevista ao Cidade Alerta. O juiz teceu críticas ao voto do ministro Luís Roberto Barroso: "Discordo de todos os tópicos", avaliou.
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"O voto do ministro Barroso, tive oportunidade e de ler e avaliar, e discordo de todos os tópicos. O ministro fala de forma genérica, como se estivesse conversando com pessoas com um alto nivel de informação", disse.
"Você falar do uso, de despenalizar ou descriminliarzar - que são coisas diferentes - nesse nível, de artistas, talvez nesses casos não haja perniciosidade. Artistas como Gilberto Gil , Caetano Veloso, que assumem que usam maconha, esses não causam mal à nação. Mas aqueles indivíduos que estão na "ponta", que não têm sorte de ter uma formação, uma base familiar, pessoas que o estado esqueceu, que são invisiveis para a sociedade, esses usam a droga como meio de socorro, e muitas vezes como meio de agressão. Acabamos aquele momento de paz e amor com as drogas, dos anos 70. Hoje estamos em um momento em que a droga está diretamente ligada ao crime e à violência urbana", afirmou Alcântara.
Confira a entrevista na íntegra:
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Um tiro no pé
Alcântara classificou a descriminalização como "um tiro o pé" para a sociedade brasileira.
"Vai ser maior tiro no pé que a sociedade, e em um momento indevido, na verdade, para esconder outras mazelas. A população nao tem o esclarecimento devido e necessário sobre essa questão", disse o magistrado.
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