Maceió é a quarta capital do país que tem a pior média de prazo de entrega de compras realizadas pela internet. Os dados foram levantados pelo Olist, plataforma de gestão e performance para marketplaces, que reúne mais de 4.000 lojas, entre janeiro de 2017 e setembro de 2018.
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Segundo a pesquisa, a capital alagoana tem média de 21,3 dias para que o destinatário receba o produto adquirido pela web. Ela apenas fica na frente de Manaus, Macapá e Boa Vista. Já o valor médio do frete é de R$ 30,41, o que deixa Maceió como a 12ª capital com o frete mais caro.
Confira a tabela:
Em todo o Brasil, cada compra de R$ 100 na internet, o consumidor brasileiro paga R$ 17,60 de frete. A média do valor pago atualmente é de R$ 19,81.
Se você mora em São Paulo, a média de entrega é de pouco mais de cinco dias e o custo médio do frete é de R$ 14,73. Já se a entrega for para Boa Vista (RR), terá que esperar quase 30 dias pela entrega da mesma compra e ainda pagará mais caro - R$ 38,25.
Isso se explica porque 63,6% dos compradores virtuais estão na região Sudeste, segundo o último levantamento da consultoria Ebit. Logo, a escala e a infraestrutura logística ajudam a reduzir o preço do frete, segundo o diretor de marketplace do Olist, Antonio Pinto.
Entre as Regiões, o Sudeste é a que tem a menor média de tempo de entrega (7,5 dias), seguido por Sul (10,8), Centro-Oeste (12,4), Nordeste (16,3) e Norte (19,1).
Insegurança encarece frete
A distância dos centros de distribuição não é o único critério para a demora na entrega ou valor elevado do frete. De acordo com a tabela acima, compras feitas no Rio de Janeiro, por exemplo, levam mais de 11 dias para chegar, mais que o dobro do tempo de São Paulo. O custo também é maior: R$ 20,05.
Moradores de Curitiba, Belo Horizonte e Brasília levam menos tempo para receber as compras do que um carioca. De acordo com Pinto, a dificuldade apontada no Rio são os roubos de carga. No início do ano, os Correios passaram a cobrar uma taxa extra para encomendas entregues na região.
Muito do frete caro e demorado é fruto da violência, pois as empresas precisam investir em seguros contra perda de carga e ter escolta armada para chegar a determinadas regiões. É um custo oculto que não está na equação e deixa o consumidor totalmente refém
Arthur Igreja, professor e especialista em tecnologia da FGV
Oscilações
O período contemplado pela pesquisa abrangeu meses atípicos no comércio eletrônico brasileiro, com aumento no valor do frete e greve dos caminhoneiros, por exemplo.
No entanto, o mês que apresentou a maior variação no tempo de entrega foi março de 2018. Segundo o especialista do Olist, a greve dos Correios e o reajuste das tabelas de frete impactaram as entregas no período. Confira:
Lojas tentam fidelizar pelo frete
Recentemente, as lojas da B2W (Lojas Americanas, Submarino e Shoptime) anunciaram a modalidade Prime, que consiste em uma assinatura anual de R$ 79,90, que dá direito a frete grátis durante os 12 meses e entrega mais rápidas em determinadas cidades.
O benefício não é válido para todos os produtos e abrange 2.500 municípios das Regiões Sul e Sudeste.
"Para quem faz diversas compras pelo mesmo canal, essa modalidade compensa. Também é válido para quem mora em cidades mais afastadas, com frete mais alto", explica o diretor da Olist.
O aplicativo de entregas Rappi também criou essa modalidade, mas a assinatura mensal corresponde a R$ 19,90 e garante frete grátis em compras acima de R$ 20,00, feitas com cartão de crédito.
3 dicas para economizar no frete
Os especialistas listaram três passos que ajudam a economizar na hora de pagar pela entrega do produto. Ambos recomendam atenção especial com sites que comparam preços, pois nenhum ainda considera o valor do frete na hora do cálculo. Confira:
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