A Gerência das Doenças Transmitidas por Vetores e Animais Peçonhentos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou, nesta segunda-feira (9), os resultados do 2º Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (Liraa) de 2022. A pesquisa demonstrou que dos 50 bairros da capital, 20% deles estão em situação satisfatória, 44% em alerta e 36% são considerados em risco para ocorrência de epidemia de doenças como dengue, zika e chikungunya.
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Realizado pela Coordenação do Programa de Controle do Aedes aegypti, o 2º Liraa foi feito no período de 25 a 29 de abril e o resultado refletiu o trabalho de inspeção que as equipes de campo desenvolveram em 16.555 imóveis da capital. A ação tem a finalidade de fornecer informações qualificadas para direcionar as ações de prevenção e controle do mosquito no Município, que já vêm sendo intensificadas pelas equipes de agentes de endemias, principalmente nos bairros que apresentaram altos índices de infestação.
“No final do mês passado realizamos o 2º Liraa de 2022, no qual observamos um número alto de focos de reprodução do mosquito em alguns bairros de Maceió e outras áreas em situação de alerta para a proliferação do mosquito. Por isso, neste mês, vamos intensificar ainda mais as ações de controle do Aedes aegypti”, afirma o coordenador do Programa de Controle do Aedes aegypti, Erivaldo Raimundo.
Neste segundo levantamento de 2022, os índices de infestação mais elevados foram identificados nos bairros Jaraguá (12%), Jardim Petrópolis (11,81%), Poço (10%), Ponta da Terra (8%), Ouro Preto (7,70%) e Gruta de Lourdes (7,31%), que apresentaram índices de infestação predial acima de 4% e risco de epidemia de arboviroses.
Já os bairros Pontal da Barra, Cidade Universitária, Tabuleiro do Martins, Santos Dumont, Rio Novo, Santa Amélia, Trapiche da Barra, Chã de Bebedouro, Petrópolis, Barro Duro, Benedito Bentes, Pajuçara, Jacintinho, Santa Lúcia, Prado, Feitosa, Ponta Grossa, Ipioca, Chã da Jaqueira, Riacho Doce, Clima Bom e Mangabeiras seguem em estado de alerta de ocorrência de transmissão das arboviroses (dengue, zika e chikungunya) por apresentarem índices de infestação do mosquito de 1% a 3,9%, podendo haver epidemia nos 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º Distritos Sanitários.
Criadouros nos domicílios - Segundo a pesquisa, dentre os tipos de criadouros predominantes com larvas estão os depósitos para armazenamento de água em nível de solo e os pequenos depósitos (balde - 38,7%, bacia - 5% e prato de planta no chão - 4,7%); recipientes ornamentais (balde/tampa de balde - 37% e vaso de plantas/prato de plantas - 36%); e no lixo acumulado (recipientes plásticos - 13,7%, vaso sanitário - 9,7%, balde - 8,6%, lata/vaso de planta - 8%, e sucata - 7,4%).
Erivaldo Raimundo ainda ressalta que a população precisa ficar atenta aos criadouros de larvas que podem estar dentro de suas residências. “É importante que a população fique atenta aos tipos de depósitos contidos em suas residências. A maioria dos depósitos que encontramos foram passíveis de remoção, como baldes e entulhos.
Outro local propício para o criadouro de larvas são as bromélias, plantas que funcionam como reservatório natural para a proliferação do vetor. Por isso, os maceioenses precisam reforçar os cuidados dentro de suas casas e ficar atentos aos possíveis criadouros do mosquito”, destaca o coordenador.
Maceió Unida Contra a Dengue - Diante da situação de alerta para ocorrência de surto de epidemias das arboviroses na capital, registrado pelo último Boletim Epidemiológico Arboviroses, no qual houve um aumento de 133,5% dos casos notificados da dengue em comparação ao mesmo período do ano passado –, a Prefeitura de Maceió realizou, no período de 2 a 6 de maio, a 2ª edição do programa Maceió Unida Contra a Dengue.
O programa tem o objetivo de mobilizar a população e intensificar as atividades de combate à proliferação do Aedes aegypti. Durante as atividades, os agentes de endemias realizaram visitas domiciliares, recolhimento de lixo e pneus, além de inspeção e fiscalização de ferros-velhos, terrenos baldios, praças e imóveis abandonados.
Casos no estado - A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) divulgou na última semana que, de janeiro a abril deste ano, Alagoas registrou 2.870 casos de dengue, contra 491 do mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 584%, mas sem o registro de óbitos confirmados. Com relação à chikungunya, o Estado registrou 413 casos nos quatro primeiros meses deste ano, contra 53 em 2021, o que equivale a um crescimento de 779%. E quanto à Zika, foram confirmados 34 casos nos primeiros quatro meses do ano passado, contra 143 neste ano, evidenciando uma alta de 420%.
Ainda de acordo com o órgão, das Semanas Epidemiológicas de 1 a 16, já são 3.361 casos suspeitos de dengue em 62 municípios, o que representa 60,68%. Já os 40 municípios restantes estão sem registro, considerados silenciosos. Já nas últimas quatro Semanas Epidemiológicas, de 13 a 16, são 40 os municípios que apresentam com notificações, com destaque para os municípios de Atalaia, Barra de São Miguel, Branquinha, Marechal Deodoro, Matriz do Camaragibe, Porto de Pedras, Quebrangulo e União dos Palmares, que sinalizam para situação de alerta e risco de surto ou epidemia
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